Montenegro acusa Governo de andar “a reboque” do PSD e defende plano para imigrantes

No Twitter, o líder do PSD assinala a posição do primeiro-ministro sobre a necessidade de regular fluxo de imigrantes.

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Luís Montenegro defende que é preciso um "plano de acolhimento e integração de imigrantes" LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta segunda-feira o Governo de andar “a reboque” dos sociais-democratas, nomeadamente no tema da imigração, defendendo a necessidade de um “plano de acolhimento e integração de imigrantes”.

“É cada vez mais claro que o Governo continua a reboque do PSD. Precisamos de abordar este assunto de forma séria com um plano de acolhimento e integração de imigrantes e de um primeiro-ministro proactivo, capaz de governar a pensar no futuro e não apenas no dia de amanhã”, defendeu Montenegro, na sua conta oficial na rede social Twitter.

Na mensagem, o presidente dos sociais-democratas partilha uma notícia divulgada este fim-de-semana a propósito da 36.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que decorreu em Addis-Abeba, e na qual o primeiro-ministro, António Costa, subscreveu a proposta do presidente do Conselho Europeu para um pacto entre a Europa e África que regule o fluxo migratório, punindo os grupos criminosos que traficam pessoas mas também promovendo canais legais de migração.

“A vizinhança convive e esse convívio tem de ser um convívio devidamente regulado e não ser uma oportunidade para a criminalidade organizada e uma ameaça para a vida de todos aqueles que querem encontrar do lado de lá do Mediterrâneo novas oportunidades de vida”, afirmou à Lusa António Costa, à margem desta cimeira na qual participou como observador, sendo o único governante não africano presente.

Em paralelo, é necessário definir canais de migração legais, sustentou o primeiro-ministro. “Nós temos de encontrar aqui uma solução que seja positiva para todos, porque a Europa indiscutivelmente precisa de mais recursos humanos” e “África tem recursos humanos em abundância”, considerou o chefe do Governo português.

Mas, “por outro lado, também a Europa tem de encontrar formas de ajudar a criar novos postos de trabalho no continente africano para que não tenhamos aqui simplesmente uma perda de capacidade de recursos humanos no continente africano”, acrescentou.

O tema da imigração tem gerado polémica depois de na semana passada, a propósito do incêndio na Mouraria que matou duas pessoas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), ter defendido que se deve estabelecer limites por sectores à imigração e criticou que seja possível actualmente a entrada de imigrantes em Portugal sem contrato de trabalho.

Já o líder do PSD, Luís Montenegro, considerou que o país deve receber imigrantes "de forma regulada” e “procurar pelo mundo” as comunidades que possam interagir melhor com os portugueses.

No passado dia 16, em entrevista à TVI, António Costa admitiu ter ficado “um pouco preocupado” com as declarações de responsáveis sociais-democratas sobre imigração, manifestando-se convicto de que “o eleitorado do PSD nunca consentirá” que o partido se deixe “contaminar pelas ideias do Chega”.

Montenegro encontra-se na terça-feira com a comunidade imigrante brasileira em Braga, onde se irá reunir com a Associação UAI – União, Apoio e Integração.

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