Um jardim à beira-mar: uma história da Praça do Império

A partir de D. Manuel, e sobretudo do século XIX em diante, um incessante programa de construções sobrecarregou Belém de alusões patrióticas. Os polémicos brasões são a sua mais recente encarnação.

Foto
Vista da Praça do Império na véspera de inaguração das obras de reabilitação e jardins Daniel Rocha

1. A saga das lusas obras: em Abril de 1505, foi a construção dos Jerónimos sujeita a uma “mesa de contos”, composta por um provedor, um almoxarife e um escrivão, para maior controlo dos trabalhos edificativos, os quais, por falta de mão-de-obra e outros azares, se arrastavam sem fim à vista, quatro anos volvidos sobre a colocação da primeira pedra. Esta tivera lugar no ano de 1501 ou 1502 e fora feita por D. Manuel, simbolicamente, a 6 de Janeiro, Dia de Reis, já que o novo mosteiro era consagrado a Santa Maria de Belém. Ali existia gente desde tempos imemoriais: espalhadas pela zona, mas com especial concentração entre Montes Claros e a Tapada da Ajuda, 16 estações arqueológicas atestam presença humana do Paleolítico à Idade do Bronze. Num extremo, os reguengos de Algés, cujos rendimentos D. Dinis doou em parte ao Mosteiro de Odivelas; no outro, Alcântara, que significa “a ponte”, dividindo-se os historiadores sobre se ela seria de pau ou de pedra (em todo o caso, prenunciava, com séculos de antecedência, a que hoje por lá se encontra, feita por americanos).

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 8 comentários