Vestígios de sémen no corpo da vítima compatíveis com amostras de Dani Alves

Jogador mudou testemunho por três vezes: no mais recente relato, diz que recebeu sexo oral da queixosa, mas alega que acto foi consensual.

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Dani Alves é o terceiro jogador com mais internacionalizações na história da selecção brasileira. Reuters/ALBERT GEA

Os vestígios de sémen presentes no corpo da vítima têm compatibilidade genética com a amostra dada às autoridades por Dani Alves. O jogador, acusado de agressões sexuais contra uma mulher numa discoteca em Barcelona, foi detido a 20 de Janeiro e aguarda julgamento em prisão preventiva. Os resultados das análises forenses foram revelados esta sexta-feira pelo jornal espanhol El Mundo.

O diário escreve que o jogador já alterou por três vezes o testemunho sobre os factos: no relato mais recente, Alves alega que houve sexo oral com a queixosa na casa de banho da discoteca, mas garante que o acto foi consensual.

Foram analisados vestígios de sémen recolhidos na vagina da vítima no hospital, nas roupas usadas nessa noite e ainda no chão da casa de banho da discoteca, local onde ocorreu a alegada agressão sexual. Todos os vestígios biológicos analisados pelas autoridades correspondem ao perfil genético da amostrada dada pelo jogador.

Nas próximas semanas, será decidido se o Daniel Alves permanece ou não em prisão preventiva, depois da equipa jurídica do jogador ter avançado com um pedido de libertação. A defesa da queixosa e o Ministério Público opõem-se, alegando existir risco de fuga.

Dani Alves era jogador do Pumas, clube da primeira divisão mexicana. Após ser detido, o contrato do lateral foi rescindido unilateralmente com justa causa.

O que está em causa?

O caso de agressão sexual imputado a Dani Alves teve lugar na discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 para 31 de Dezembro.

O sistema de videovigilância do espaço captou o jogador a partilhar a casa de banho com a queixosa durante 47 segundos, tendo sido nesses momentos que os alegados abusos ocorreram. Jogador e queixosa deixam a casa de banho juntos e regressam aos respectivos grupos de amigos. Dez minutos depois, o jogador despede-se e abandona a discoteca. A mulher é vista a chorar após chegar ao seu grupo, sendo posteriormente acompanhada até aos seguranças.

Acompanhada por amigos, a mulher informou os seguranças da discoteca quanto a estas agressões. Os profissionais activaram o protocolo do estabelecimento e accionaram as autoridades catalãs. Os Mossos d'Esquadra (polícia catalã) recolheram o depoimento da queixosa, que avançaria com uma queixa formal contra o jogador no dia 2 de Janeiro.

A 5 de Janeiro, Dani Alves negou publicamente a acusação feita pela mulher. Em declarações à emissora espanhola Antena3, o jogador confirmou ter estado na discoteca nesse dia, mas negou que o caso de agressão sexual tivesse ocorrido. "Quando sentes vontade de ir à casa de banho, não tens de perguntar quem está para poder ir. Sinto muito, mas não sei quem é essa senhora."

O lateral é o terceiro jogador com mais internacionalizações na história da selecção brasileira, somando 41 troféus durante a longa carreira. Esteve no FC Barcelona durante nove temporadas, representando também o Sevilha, a Juventus, o Paris Saint-Germain, o São Paulo e agora o Pumas, equipa do campeonato mexicano.

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