Circulação da Colecção de Arte Contemporânea do Estado começa em Fevereiro em Foz Côa

A mostra de mais de 40 obras de autores portugueses e estrangeiros dá início ao novo ciclo de exposições que até 2024 irá ocupar vários espaços culturais do norte, centro e sul do país.

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Sandra Vieira Jürgens, curadora da CACE nuno ferreira santos

A exposição Dark Safari, com mais de 40 obras de autores portugueses e estrangeiros, constitui a primeira etapa na circulação da Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e inaugura a 17 de Fevereiro, na cidade de Foz Côa.

"A escolha de Foz Côa [distrito da Guarda] para acolher esta primeira grande exposição da CACE tem especial simbolismo: acontece num território de baixa densidade, distante das áreas metropolitanas, e, além do mais, é muito enriquecedor apresentar o trabalho de artistas contemporâneos num espaço que os coloca em diálogo com as primeiras manifestações artísticas do Homem, daquilo a que hoje poderíamos chamar de 'arte pública'", disse o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Com obras de Andy Warhol, Fernão Cruz, Helena Almeida, Hugo Canoilas, Jimmie Durham, João Fonte Santa, Joaquim Rodrigo, Kiluanji Kia Henda, Luís Lázaro Matos, On Kawara, Tiago Alexandre e Tiago Baptista, entre outros artistas, Dark Safari ficará patente em dois polos, no Museu do Côa e no Centro Cultural de Foz Côa, até 30 de Julho.

Segundo a curadora da CACE, Sandra Vieira Jürgens, esta exposição resulta de uma parceria entre a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Fundação Côa Parque e o município de Foz Côa, sendo a primeira de um novo ciclo de exposições que será realizado até 2024 por vários espaços culturais do norte, centro e sul do país.

"Esta exposição de arte tem como objectivo dar a conhecer a Colecção [de Arte Contemporânea do Estado] a um vasto público e promover uma estratégia de promoção e de descentralização e desconcentração territorial da arte contemporânea, assente na valorização da criação, produção e exposição artísticas e no estabelecimento de sinergias entre as diversas instituições públicas e privadas", frisou Sandra Vieira Jürgens.

A exposição Dark Safari conta com curadoria dos artistas Sara & André e Manuel João Vieira.

"A grande maioria das peças que vai estar exposta foi adquirida pela Comissão de Aquisição de Arte Contemporânea em 2020 e 2021", indicou Sandra Vieira Jürgens.

A CACE foi iniciada pelo Estado em 1976, através da antiga secretaria de Estado da Cultura e composta por obras realizadas em diversos suportes (pintura, desenho, gravura, fotografia, escultura, vídeo, instalação), na sua maioria, mas não exclusivamente de artistas portugueses.

Tutelada pelo Ministério da Cultura, através da DGPC, a CACE encontra-se depositada e disponível em instituições como a Fundação de Serralves, a Fundação do Centro Cultural de Belém, a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra e o Museu de Aveiro, entre muitas outras.

Para a tutela, a CACE é um elemento estrutural da política pública de arte contemporânea, tendo como missão garantir um acesso alargado ao património artístico contemporâneo nacional, privilegiando também a prossecução de políticas que valorizem, dignifiquem, preservem e estimulem a criação artística e o envolvimento da comunidade artística.

Tendo permanecido durante muito tempo uma colecção paralisada, sem novas aquisições, e fechada em depósito, na maioria dos casos, a CACE foi reactivada em 2019, no âmbito de uma política pública de arte contemporânea que privilegia a criação artística nacional e a sua fruição em todo o território.

O Governo aprovou em 16 de Setembro de 2022 a aquisição de 73 obras de arte de 64 artistas, no valor de 800 mil euros, que tinha sido anunciado como tecto para este ano.

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