Jornada Mundial da Juventude e o Estado laico: “São os dez estádios do Euro em versão religiosa”

A contribuição do Estado para um evento religioso fere o princípio da laicidade? Não, concordam os constitucionalistas. Mas, alertam, os valores exorbitantes da JMJ podem sair caro à própria Igreja.

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A alegria dos peregrinos portugueses no Panamá em 2019 ao ouvirem que Portugal ia receber as próximas JMJ LUSA/PAULO NOVAIS

Feitas as contas de somar, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ, que decorrerá em Lisboa, entre os dias 1 e 6 de Agosto, deverá custar ao Estado português pelo menos 80 milhões de euros – a que deverão somar-se outros 80 milhões a suportar pela Igreja Católica. Mas, tratando-se de um evento religioso, a comparticipação do Estado não fere o princípio da laicidade? “Não, porque a laicidade não impede um Estado de ser cooperante com as confissões religiosas e de apoiar as manifestações de religiosidade do mesmo modo que apoia os fenómenos desportivos e culturais”, responde, lapidar, o constitucionalista Bacelar Gouveia, ex-membro da Comissão da Liberdade Religiosa.

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