Empréstimos à habitação abrandaram em 2022, mas crédito ao consumo acelerou

Crescimento dos depósitos de particulares desacelerou pelo segundo ano consecutivo, particularmente na recta final do ano.

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Subida das taxas Euribor está a "travar" novos pedidos de crédito à habitação Rui Gaudencio

O montante de crédito à habitação no final de 2022 ascendeu a 100,3 mil milhões de euros, um aumento de 3,4 mil milhões de euros face a igual período anterior, para o valor mais alto desde 2015. Trata-se de uma variação de 3,6%, que representa uma desaceleração face ao crescimento de 4,4% verificado em 2021. O crédito ao consumo teve um comportamento inverso, revelam dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

O abrandamento no crédito à habitação é explicado, essencialmente, pelo regresso das subidas das taxas Euribor, presentes em 90% do total dos contratos, mas também das taxas fixas.

O BdP destaca o impacto das taxas, ao referir que, “no primeiro semestre, a concessão de empréstimos acelerou e, a partir da segunda metade do ano, num contexto de subida das taxas de juro, abrandou consecutivamente”. Acrescentando que “este movimento de desaceleração foi semelhante ao registado na área do euro”.

Já nos empréstimos ao consumo, maioritariamente a taxas fixas, o montante concedido acelerou ao longo do ano, aumentando 6%, bem acima dos 2,4% registados em 2021. Este crescimento corresponde ao dobro do verificado na área do euro.

Depósitos também desaceleraram

O montante total de depósitos de particulares nos bancos residentes em Portugal ascendeu a 182,4 mil milhões de euros no final do ano passado, mais 9,6 mil milhões do que no final de 2021, em desaceleração face ao ano anterior.

De um crescimento de 8,1% em 2020, período alto da pandemia de covid-19, o ritmo de crescimento abrandou para 6,6% em 2021 e para 5,4% em 2022.

Destaca o BdP que, no último ano, “o abrandamento foi mais expressivo nos meses de Novembro e Dezembro”, o que pode ser explicado pelo peso da inflação, pelo aumento dos encargos com juros, e ainda pelo regresso das compras na época de Natal para níveis pré-pandemia.

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