Marcelo diz que maioria absoluta “não é escudo protector ilimitado”

Presidente da República defende que a oposição deve ser “mais assertiva” mas volta a rejeitar dissolução do Parlamento.

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Marcelo Rebelo de Sousa voltou a exortar o Governo "a governar" LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Presidente da República considerou que o Governo “sente” que a maioria absoluta que o suporta não faz de “escudo protector ilimitado” perante as exigências da oposição.

A posição de Marcelo Rebelo de Sousa foi transmitida aos jornalistas, esta manhã, depois de questionado sobre a anunciada intenção do líder do PSD de vir a pedir a Belém eleições antecipadas se o Governo não “mostrar o que vale”.

“É natural que a oposição seja mais afirmativa e diga que ‘vamos exigir mais’. O Governo sente que o facto de ter maioria absoluta não é um escudo protector ilimitado, tem de corresponder às exigências”, afirmou, reiterando a sua posição sobre a dissolução do Parlamento. “O Governo deve governar, deve fazer as alterações que entende. As oposições, várias, nenhuma delas defende a dissolução do Parlamento neste momento, isso é sensato, temos num período muito crítico lá fora”, afirmou, referindo que a interrupção da legislatura forçaria uma “paragem” da execução dos fundos do PRR.

Sem querer comentar directamente as palavras do líder do PSD, o Presidente deixou conselhos para o Governo e para a oposição. “É evidente que do mesmo modo que a oposição não entende dissolução do Parlamento, a sociedade em geral sente que a exigência é maior para Governo e oposição, por isso, tenho dito que o Governo deve governar melhor e a oposição deve ser, se possível, mais assertiva, mais afirmativa”, disse.

Na abertura do conselho nacional do PSD, nesta quarta-feira à noite, no dia em que pela primeira vez há muito tempo o PSD superou o PS numa sondagem, Luís Montenegro disse não pedir eleições antecipadas "para já", mas desafiou o primeiro-ministro a "mostrar o que vale" e que é "merecedor da tarefa" que lhe foi atribuída pelo povo português.

“No dia em que concluirmos que o Governo não tem condições para prosseguir, não vamos a correr ver quem chega primeiro, não vamos com manobras de diversão. Vamos ao senhor Presidente da República dizer por mais A mais B porque é que a realidade política e económica do país reclama a interrupção da legislatura”, afirmou.

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