Tripulantes da TAP reúnem-se de emergência para votar nova proposta antes da greve

Paralisação de sete dias arranca esta semana, de 25 a 31 de Janeiro. TAP tenta acordo a tempo de evitar greve que prevê afectar mais de 1300 voos.

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O caderno de encargos reivindicado pelos tripulantes da TAP inclui 14 pontos Miguel Manso

A poucos dias do início da greve na TAP, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou os tripulantes de cabina da companhia para comparecem esta segunda-feira de manhã numa assembleia-geral de emergência para discutir e votar uma nova proposta da administração em resposta a um conjunto de 14 reivindicações laborais dos trabalhadores. É uma nova tentativa da gestão para evitar a greve de sete dias que se inicia a meio da semana.

Os associados da TAP S.A. foram convocados neste domingo, para comparecerem às 11h30 de segunda-feira na Ordem dos Contabilistas Certificados, em Lisboa, para se reunirem numa “assembleia geral de emergência” — a segunda sessão em poucos dias — com um único ponto na ordem de trabalhos: a “apresentação, discussão e votação da proposta apresentada pela TAP”.

A gestão da TAP e o sindicato continuaram a negociar depois de os tripulantes terem rejeitado a proposta anterior, numa assembleia-geral realizada na quinta-feira. As negociações têm que ver com questões laborais pendentes há algum tempo, como a efectivação de tripulantes de cabina e com o pagamento de ajudas de custo.

A assembleia-geral acontece a dois dias do início da greve. A paralisação arranca na quinta-feira, 25 de Janeiro, e dura até à terça-feira da semana seguinte, 31 de Janeiro. Segundo a transportadora, pode pôr em risco a realização de 1316 voos e comprometer as viagens de 156 mil passageiros.

A proposta da administração da TAP ainda não é conhecida. A anterior, chumbada na passada quinta-feira, não satisfazia todos os 14 pontos que os tripulantes reivindicam sobre assuntos laborais internos (havia dois pontos em falta).

Na altura, o sindicato disse em comunicado que os dirigentes sindicais consideraram que o documento, além de não responder ao que os tripulantes reclamam, não transmitia “a confiança necessária para a sua ratificação, em virtude de vários anos de interpretações peregrinas da empresa”. O SNPVAC admitia desconvocar a greve caso a transportadora satisfizesse os “14 pontos”, porque, caso contrário, a greve poderia ser considerada ilegal.

Com a nova proposta, a administração procura que o pessoal de voo aceite as condições a tempo do cancelamento do protesto, para, mais tarde, a empresa começar a negociar o novo acordo de empresa.

Na convocatória agora enviada, a que o PÚBLICO teve acesso, os tripulantes podem fazer-se representar através de uma procuração e, como a assembleia foi marcada com pouca antecedência, o sindicato informa que, “proximidade da data e conforme informados na última assembleia-geral”, as procurações não poderão ser admitidas por email, mas que terão de ser entregues “no próprio dia em papel a partir da 9h30 até ao início da assembleia”. Com Luís Villalobos

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