Professores: António Costa põe de lado recuperação do tempo de serviço

Em declarações aos jornalistas, primeiro-ministro reafirmou que um dos objectivos do Governo é o de acabar com a precariedade na classe docente.

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António Costa antecipou-se ao ministro da Educação nas propostas para os professores Nuno Ferreira Santos

O primeiro-ministro, António Costa, voltou esta quarta-feira a afastar a possibilidade de recuperar o tempo de serviço que esteve congelado. “Não posso resolver o passado. Mas posso garantir que no futuro não se repetem estas situações”, disse em declarações aos jornalistas, referindo-se ao congelamento das carreiras entre 2011 e 2017.

Antecipando-se ao ministro da Educação, que convocou uma conferência de imprensa para as 11h30 desta quarta-feira, António Costa reafirmou que os principais objectivos do Governo nas negociações com os sindicatos de professores é o de acabar com o regime de "casa às costas" que marca a vida dos docentes e pôr fim à precariedade na classe docente.

O primeiro-ministro adiantou, contudo, que serão também apresentadas propostas sobre o acesso ao 5.º e 7.º escalões da carreira, que actualmente está não só sujeita a quotas, como depende da abertura de vagas pelo Governo. Este "garrote" à progressão é um dos principais alvos da contestação dos professores.

A propósito do impacto orçamental das medidas relacionadas com a classe docente, António Costa frisou que tem sido "muitíssimo significativo" no que respeita à vinculação dos professores contratados. E também no que representou o descongelamento das carreiras, uma vez que "90% dos professores já progrediram dois escalões".

"Se toda a gente estiver de boa-fé temos condições para avançar", concluiu, numa referência às negociações com os sindicatos que serão retomadas nesta quarta-feira.

António Costa já tinha anunciado, neste sábado, que iam propor novas regras para a vinculação dos professores de modo a impedir que haja docentes a contrato há 15 anos ou mais. Esta garantia foi dada na reunião da Comissão Nacional do PS que decorreu ao mesmo tempo que dezenas de milhares de professores desfilavam em Lisboa pela valorização da carreira e uma escola pública de qualidade.

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