Os dias da independência

Há muitos cinemas e muitos públicos. E é em falar para outros públicos, que não querem apenas mais do mesmo, que estes realizadores acreditam.

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Frágil, de Pedro Henrique

Vale a pena apontar um dos feitos mais significativos da carreira de Sérgio Tréfaut: a absoluta independência em que realiza os seus filmes. Através da sua estrutura, a Faux, tem com efeito produzido e, em muitos casos, distribuído todos os seus filmes, recorrendo a co-produções quando justificado e a distribuidores externos para obras que possam chegar a mais público (foi o caso de Raiva, através da NOS, ou agora de A Noiva, distribuído pela Leopardo). Ciente, no entanto, que a especificidade do seu trabalho não se enquadra forçosamente na ideia de “mercado” que ainda percorre muito do meio cinematográfico português, a todos os níveis, é um caso particular de uma verdadeira independência de espírito e de acção, que não rejeita a colaboração quando ela pode trazer uma mais-valia, mas que sabe que as “excepções” precisam de tratamento específico para transcender a regra. “Felizmente que sou produtor dos meus filmes,” brincava Tréfaut quando estreou Raiva — porque isso lhe permitia assumir riscos que uma maior dependência o impediriam de correr.

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