Grupo de apoio a viúvas pede a Putin mobilização militar geral para a Ucrânia

“O mal do mundo está contra nós”, diz o pouco conhecido grupo formado por viúvas de soldados russos mortos na Ucrânia. “Somos nós ou eles.”

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O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou uma mobilização parcial de mais de 300 mil homens MIKHAEL KLIMENTYEV/EPA

Um pequeno grupo que apoia viúvas de soldados russos pediu ao Presidente russo, Vladimir Putin, que ordene uma mobilização militar em grande escala de milhões de homens e que feche as fronteiras para assegurar uma vitória sobre a Ucrânia.

Putin está sob pressão para conseguir uma vitória na Ucrânia mais de dez meses depois de iniciar o que chamou uma operação militar especial que disse ter como objectivo defender russos no Leste da Ucrânia.

“Pedimos ao nosso Presidente, Vladimir Vladimirovich Putin, que permita ao Exército russo levar a cabo uma mobilização militar em larga escala”, disse num post no Telegram o grupo Viúvas de Soldados da Rússia. “Pedimos ao nosso Presidente, o nosso comandante supremo, para proibir a saída de homens de idade militar da Rússia. E temos direito moral para o fazer: os nossos maridos morreram protegendo estes homens, mas quem nos vai proteger se eles fugirem?”

Depois de ordenar o que apresentou como uma “mobilização parcial” a 21 de Setembro, a primeira na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, foram recrutados mais 300 mil homens, ainda que várias centenas de homens tivessem saído do país para evitar ser chamados.

O Kremlin não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre o apelo do grupo. Putin disse, no mês passado, que não havia necessidade para uma mobilização adicional.

O grupo das viúvas foi formado há cerca de dois meses para ajudar as mulheres dos soldados que morreram na Ucrânia, e tem contactos com o Kremlin, disse uma representante à agência Reuters. “Se necessário, transmitimos pedidos para um ou outro tipo de apoio”, declarou.

O grupo invocou ainda o líder soviético José Estaline dizendo que chegou a altura de tomar medidas duras para defender a Rússia de forças do mal que proliferam nas suas fronteiras. “Hoje, todo o mal do mundo está unido contra a Rússia – todo o mundo ocidental está contra nós”, diz o grupo. “Somos nós ou eles, não há outra escolha.” Reuters

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