Sercialinho, quando a acidez é saborosa

Este branco é já um grande vinho. Dada a sua acidez, meia dúzia de anos de garrafa vão torná-lo seguramente um monumento a uma casta e a uma região que merecem mais apreço.

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Luís Pato ADRIANO MIRANDA

Em 2009, Luís Pato decidiu fazer um varietal de Sercialinho e a obra não correu bem. De acordo com Jancis Robinson no seu livro Wine Grapes, A Complete Guide to 1368 Vine Varieties, o vinho produzido não valia por si próprio. Ou seja, faltava-lhe a amplitude de sabores e aromas que outras castas da Bairrada garantem a um lote. O produtor, porém, não desistiu e persistiu. Um Sercialinho de 2013 provado por estes dias dava bem conta do dilema de Luís Pato: a casta expressava aí a sua grande virtude, uma extraordinária acidez, mas, fosse pela enologia (o uso de prensa, em concreto) ou pelo uso de screewcap como vedante (o que pode ter acelerado a sua oxidação), esse vinho vale mais como um mistério pela originalidade e estranheza de aromas do que pelo prazer puro que dá.

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