Qual a melhor prenda de Natal para uma criança?

Uma prenda que é fundamental para o desenvolvimento das crianças são as histórias. A exploração de histórias infantis permite às crianças dar asas à imaginação e aumentar a sua criatividade.

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"A leitura de livros está diretamente relacionada com a aquisição das competências linguísticas das crianças" Mael BALLAND/Unsplash

Nesta época do ano em que todos os familiares se questionam sobre qual a melhor prenda para uma criança é importante que se tenha consciência de que esta escolha deve ser efetuada de acordo com a faixa etária e que, sempre que possível, possamos presentear as nossas crianças com algo que possibilite o seu desenvolvimento.

Uma prenda que é, sem dúvida, fundamental para o desenvolvimento das crianças são as histórias. A exploração de histórias infantis permite às crianças dar asas à imaginação e aumentar a sua criatividade.

O facto de se explorarem histórias relacionadas com as problemáticas da sociedade em geral, permite às crianças compreenderem o mundo onde estão inseridas. Os livros, por norma, apresentam soluções para os problemas que as crianças enfrentam e ajudam-nas a adquirir estratégias que as ajudarão a resolver estes problemas. Por exemplo, durante a infância as crianças passam por uma fase em que sentem medos e existem imensas histórias que exploram esta temática permitindo adquirir estratégias que as auxiliarão a lidar com estes medos.

A leitura de livros está diretamente relacionada com a aquisição das competências linguísticas das crianças, com o conhecimento do vocabulário e com a aquisição de conhecimentos e, numa primeira instância, com a descodificação do material lido. A médio prazo, quando as crianças já dominam a descodificação, verifica-se que a leitura de livros tende a promover a compreensão da leitura, nomeadamente, no final 1.º ciclo do ensino básico.

A investigação tem mostrado que existe uma estreita relação entre a leitura de histórias e o sucesso das crianças na aprendizagem da leitura e da escrita. Os momentos de leitura contribuem para a aquisição de informações referentes às funções da leitura e da escrita, como a direccionalidade da escrita, a fronteira de palavras e a diferenciação entre frase e palavra.

Para além disso a leitura na infância permite fortalecer a conexão com quem lê para a criança, desenvolve a atenção, a concentração, a memória e o raciocínio, estimula a curiosidade. As histórias infantis auxiliam no desenvolvimento da empatia e funcionam como um exercício contínuo de organização do pensamento.

O contato com os livros deve começar desde que a criança nasce, sendo que numa primeira fase o bebé deve explorar livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas.

Quando a criança tem entre 1 e 2 anos devemos ler histórias com uma extensão curta, poesias ou fábulas com rima, livros com puzzles ou jogos incluídos ou livros pop-up.

Entre os 2 e os 4 anos devemos explorar histórias acerca das emoções de modo a ajudar a criança a perceber e a lidar com as suas próprias emoções e os seus sentimentos.

Entre os 4 e os 6 anos podemos apresentar as histórias tradicionais, os contos de fadas, as fábulas e conversar com as crianças de forma espontânea sobre os livros.

Entre os 6 e os 10 anos as crianças já estão predispostas a explorar diferentes tipologias de livros incluindo enciclopédias, atlas e livros de aventura. Nesta fase, as crianças aprendem a ler formalmente, os pais devem continuar a ler histórias da mesma forma, no entanto, o que poderá acontecer é que as crianças aos poucos vão começar a pedir para serem elas a ler.

A partir dos 10 anos as crianças começam a mostrar interesse pelas bandas desenhadas, pelas histórias misteriosas e pelos diários.

Na escolha de uma história é crucial que se tenha em atenção ao grau de desenvolvimento e compreensão da criança, sendo que os mais pequenos preferem livros com mais imagens, curtos e fáceis de manusear e os mais velhos gostam de histórias mais longas.

Resta apenas reforçar a ideia de que mais importante do que dar uma prenda é dar tempo e atenção às crianças, pois é esta a melhor forma de contribuir para o desenvolvimento das crianças.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990.

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