Esperança média de vida baixou 0,6 meses nos últimos três anos

Uma pessoa em Portugal pode viver, em média, até aos 84,3 anos. É o segundo triénio consecutivo em que o indicador desce, em parte devido ao aumento da mortalidade justificado pela pandemia.

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Pandemia explica, em parte, redução da esperança média de vida Daniel Rocha

A esperança de vida aos 65 anos fixou-se em 19,30 anos entre 2020 e 2022. Ou seja: uma pessoa em Portugal pode viver, em média, até aos 84,3 anos. Este indicador, revelado esta terça-feira no portal do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), corresponde a uma redução de menos de um mês (0,6 meses) relativamente ao triénio anterior. Com estes números, a idade da reforma em 2024 será de 66 anos e quatro meses, mantendo-se o valor de 2023.

Este é o segundo triénio consecutivo em que a esperança média de vida desce, de acordo com o INE, o que em parte é explicado pelo aumento da mortalidade devido à covid-19. A esperança média de vida em Portugal tem aumentado constantemente nas últimas décadas – aumentou cerca de três anos entre 1998 e 2018. O novo coronavírus veio interromper esse ciclo de melhoria deste indicador. A esperança de vida aos 65 anos, que foi estimada em 19,35 anos no triénio 2019-2021, ou seja, menos 4,1 meses do que no triénio anterior.

O indicador de esperança de vida aos 65 anos mede o número médio de anos que uma pessoa que atinja a idade exacta de 65 anos pode esperar ainda viver. Ou seja, um português espera viver, em média, até aos 84,3 anos no triénio 2020-2022.

Esta é ainda a estimativa provisória da esperança de vida aos 65 anos. Este valor é apurado anualmente pelo INE e divulgado em Novembro, sendo usado para efeitos de determinação da idade de acesso à reforma e ao factor de sustentabilidade do regime geral de Segurança Social.

Os dados mais completos, desagregados por sexos e por região, por exemplo, só serão publicados mais tarde. O relatório mais recente saiu há dois meses e mostram que, no triénio 2019-2021, o número médio de anos que uma pessoa pode esperar viver à nascença é agora de 80,72 anos, contra os 81,06 do triénio anterior.

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Queda maior nos homens

A diminuição foi mais expressiva no caso dos homens. Estes podem esperar viver 77,67 anos em média, isto é, menos 4,8 meses do que nos três anos anteriores. No caso das mulheres, a redução foi de 3,6 meses, fixando-se agora a sua esperança média de vida à nascença nos 83,37 anos.

Esta variação está directamente associada ao aumento do número de óbitos no contexto da pandemia. Apesar de o recuo na expectativa de vida ser transversal às diferentes regiões do continente, o Alentejo, uma das regiões mais envelhecidas, surgia nesse relatório como aquela que apresenta a maior redução na esperança de vida aos 65 anos: cerca de sete meses. Em sentido contrário, na Região Autónoma da Madeira aquele valor aumentou, ainda que apenas em cerca de meio mês.

Na publicação desta terça-feira, o INE avisa que a estimativa provisória da esperança de vida aos 65 anos agora divulgada não incorpora “as estimativas revistas de população residente decorrentes dos resultados definitivos dos Censos 2021”. Em Maio do próximo ano será divulgada a tábua completa de mortalidade para Portugal 2020-2022, bem como a série revista de tábuas completas de mortalidade para Portugal para 2010-2012 a 2019-2021, em função das estimativas definitivas de população residente com base nos Censos 2021, a divulgar em Março.

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