Fernando Santos diz que “Pepe é um monstro” e “vai jogar”

Na antevisão da segunda jornada do Mundial 2022, o seleccionador português disse esperar “um grande jogo” nesta segunda-feira contra o Uruguai.

Foto
Fernando Santos e Bernardo Silva fizeram a antecipação do jogo contra o Uruguai Reuters/GARETH BUMSTEAD

Otávio e Nuno Mendes estão em dúvida – “Teremos que ver como vão evoluir” -, Danilo é baixa confirmada – “Espero que a lesão não seja impeditiva até ao fim”, mas “Pepe é um monstro” e “vai jogar” contra o Uruguai.

Fernando Santos fez neste domingo a antevisão do segundo jogo de Portugal no Mundial 2022, uma partida frente a um rival “muito forte na qualidade técnica” e “muito equilibrara nos vários momentos do jogo”.

Sem esconder que Danilo é “uma baixa importante”, Fernando Santos começou por explicar que o defesa português lesionou-se a treinar “bolas paradas defensivas”, num lance que “não parecia nada de especial”.

Não afastando a hipótese de ainda utilizar Danilo no Qatar – “Vamos aguardar por mais exames” -, Fernando Santos disse que não se pode “fazer um drama” com a ausência do jogador do PSG: “É uma baixa, mas temos mais três centrais e outros que podem fazer [a posição].”

Questionado sobre a sua equipa, o técnico nacional admitiu que a derrota contra a Sérvia na qualificação para o Mundial motivou uma “transformação” na táctica portuguesa, onde “os jogadores têm liberdade total em posse”. “Quero variabilidade, é por isso que estou a jogar num esquema mais hibrido. A equipa está a evoluir neste plano e confio. Espero que a resposta seja cada vez melhor.”

Contra o Gana houve, no entanto, o “peso” da estreia no Mundial. “Houve da parte deles [jogadores] na primeira parte, em que o controlo foi muito importante. Jogamos muito bem. Controlamos o jogo todo, mas nos primeiros 30 minuto faltou imprevisibilidade e uma circulação mais rápida. Fomos lentos na circulação. Podemos ter a mesma segurança, circulando mais rápido. Podemos ter uma dinâmica e fluidez maior. Foi isso que faltou para ser muito bom”.

Assegurando que “os jogadores sabem” o que quer “deles e o que podem fazer lá dentro - “São livres para jogar, sem amarras, desde que marquem e não sofram golos” -, o seleccionador não descartou colocar de início Cristiano Ronaldo, João Félix e Rafael Leão. “Se calhar, há jogos que pedem isso. O jogo é que manda, se vamos mais para trás ou mais para a frente. Não há jogadores que não podem jogar. A questão nunca pode ser colocada a nível individual. Tenho que olhar para o todo e foi o que fiz com o Gana.”

Comparando o Uruguai que defrontou no Mundial de 2018 e o actual, Fernando Santos lembrou que “Cavani e Suarez nessa altura tinham menos cinco anos”. “Continuam a ter grande qualidade, mas… Era uma grande equipa na Rússia, esta também, mas com jogadores emergentes”, referiu.

Destacando jogadores como “Valverde ou o Darwin”, o treinador diz que “a matriz de jogo não mudou assim” nos sul-americanos: “Mudaram características de jogadores. É uma equipa muito forte em qualidade técnica e muito equilibrara nos vários momentos do jogo. Ataca muito a profundidade, colocando a bola nas costas dos adversários e é perigosa nos cruzamentos. Vai ser um grande jogo, como em 2018, onde foi equilibrado e caiu para o lado do Uruguai.”

Sentado ao lado de Fernando Santos, Bernardo Silva lamentou a lesão de Danilo, dizendo que “algumas infelicidades fazem parte destas competições”. “É uma situação infeliz e estamos tristes pela equipa, porque é um jogador importante. Temos todas as armas para que, quem quer que jogue, ajude. É mais uma motivação. Jogar para ganhar e dedicar a vitória ao Danilo, que, para além de grande jogador, é uma grande pessoa”.

Com o habitual discurso fluente, o médio do Manchester City analisou a sua exibição contra o Gana, garantindo que colocará sempre os interesses da equipa à frente dos seus. “Tento responder dentro do campo ao que o jogo pede. Se precisa de mais de mim, na construção, tento fazê-lo. Se posso dar apoio aos da frente, é isso que faço. Fiquei satisfeito com a minha exibição contra o Gana. Fiz o que a selecção precisou. Se faço menos golos, fintas ou cabritos, isso é irrelevante, Quero é que a selecção ganhe”, rematou.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários