França garante o primeiro bilhete para os “oitavos”

Com dois golos de Kylian Mbappé, os franceses derrotaram a Dinamarca, por 2-1, e asseguram o primeiro lugar na fase seguinte do Mundial 2022.

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Mbappé marcou os dois golos da França EPA/Noushad Thekkayil

Ao segundo assalto, a França apanhou o primeiro susto, mas venceu o segundo jogo no Qatar e é a primeira selecção a garantir um lugar nos oitavos-de-final. Na partida que fechou a segunda jornada do Grupo D do Mundial 2022, os franceses chegaram à vantagem frente à Dinamarca aos 61’, com um golo de Kylian ​Mbappé, deixaram-se empatar sete minutos depois - marcou Andreas ​Christensen -, mas, perto do fim, novamente com um golo do avançado do PSG, os campeões do Mundo asseguraram o triunfo, por 2-1.

As memórias gaulesas dos duelos mais recentes com os dinamarqueses eram motivo para algumas insónias nas últimas noites para Didier Deschamps - empate a zero no Mundial 2018; derrotas nos dois jogos realizados em 2022 para a Liga das Nações -, mas, à semelhança do que tinha acontecido na estreia frente à Austrália, a França continua a mostrar personalidade e, acima de tudo, individualidades que fazem a diferença.

Um par de horas depois da Austrália derrotar a Tunísia, resultado que deixava a França a três pontos de garantir de imediato a primeira vaga nos oitavos-de-final – o adversário sairá do Grupo C -, Deschamps optou por fazer mudanças na sua defesa, colocando no seu eixo Koundé e Varane. Com Lucas Hernández definitivamente de fora da prova depois de sofrer uma lesão grave no joelho contra os australianos, o seu irmão (Theo Hernández) assumiu o lado esquerdo.

Com uma estreia cinzenta contra a Tunísia, a Dinamarca não tinha um dos seus jogadores mais influentes - o médio Thomas Delaney lesionou-se contra os tunisinos – e, no segundo duelo no Qatar, Kasper Hjulmand apostou de início numa estratégia cautelosa: sem bola, os dinamarqueses organizavam-se num 5x4x1, com o possante Andreas Cornelius sozinho na frente.

Perante um rival cauteloso e pouco disposto a correr riscos, Deschamps deu liberdade total a Antoine Griezmann. Jogando solto, com Giroud, Mbappé e Dembélé à sua frente, o jogador do Atlético de Madrid foi a figura da primeira parte, período onde os franceses tiveram as melhores oportunidades – 13 remates -, enquanto a Dinamarca apenas por uma vez (Cornelius, aos 36’), causou perigo para Hugo Lloris.

As várias ameaças da França nos primeiros 45 minutos motivaram mudanças do seleccionador dinamarquês ao intervalo. Mesmo fazendo apenas uma troca no ataque – saiu Cornelius; entrou Martin Braithwaite -, Kasper Hjulmand deu ordem aos seus jogadores para jogarem com as linhas mais avançadas. Com isso, a qualidade da partida, que já tinha sido boa na primeira parte, melhorou.

Mostrando audácia, os nórdicos conseguiram no regresso dos balneários ter o ascendente no jogo e, com assiduidade, surgir perto da área francesa. Aparentemente surpreendidos, “les bleus” demoraram a reagir, mas, com mais espaço para atacar, Mbappé deixou o primeiro aviso aos 56’. Pouco depois, Griezmann, em boa posição, rematou por cima, mas o golo gaulês demorou poucos segundos mais: Theo Hernández cruzou e Mbappé encostou para o 1-0.

Quando a Dinamarca estava melhor, a França parecia ter conquistado o mais difícil e Deschamps trocou Giroud por Marcus Thuram. Porém, aos 68’, surgiu o empate de bola parada: Eriksen bateu um canto, Andersen desviou e Christensen surgiu ao segundo poste a cabecear para o fundo da baliza de Lloris.

A partir daí, o encontro tornou-se tenso e, com um resultado que não desagradava a ninguém, as duas selecções procuravam atacar sem correrem riscos excessivos. No entanto, nem franceses, nem dinamarqueses abdicavam de atacar: aos 73’ e 81’, Damsgaard e Braithwaite estiveram perto do golo; aos 78’ e 79’, Tchouaméni e Rabiot podiam ter colocados os franceses de novo na frente.

Com o empate a parecer uma inevitabilidade, o talento desequilibrou os pratos da balança. A menos de cinco minutos dos 90, Griezmann assistiu Mbappé e o “10” fez o 14.º golo nos 12 últimos jogos pela França, isolando-se como o segundo melhor marcador dos franceses em Mundiais – Mbappé tem sete, menos seis do que Just Fontaine.

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