A importância e a alegria de ajudar os outros

Um esquilo faz-se ao caminho depois de receber uma carta. Só no final se saberá o que diz. Tudo aponta para que se atrase, mas chegará no momento perfeito.

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“Ainda bem que te encontro, Esquilo. Ajudas-me a decorar os chifres com estas flores?” Marco Somà
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“Quando o Esquilo acorda, o dia já nasceu. Levanta-se entre bocejos e começa a preparar o pequeno-almoço. Na chávena das avelãs, encontra o misterioso envelope” Marco Somà
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“O Esquilo lê a carta, abre os olhos como castanhas e, de um salto, corre para se arranjar” Marco Somà
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Ilustração escolhida para a capa do livro Marco Somà
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Capa de No Momento Perfeito, editado pela Nuvem de Letras/Penguin Random House Marco Somà

Abre-se o livro e vê-se um envelope aberto, com uma planta a sair, que se prolonga para a página seguinte, onde voa um pequeno pássaro carteiro. Ainda a história não começou e já estamos conquistados pelas imagens de Marco Somà. Os tons, a atmosfera, os pormenores que desenha põe-nos perante verdadeiros poemas visuais. Já o sentíramos com o livro O Vendedor de Felicidade, com texto de Davide Cali.

Aqui, a história é contada pela espanhola Susanna Isern e quer demonstrar como é importante e frutuoso darmos atenção a quem dela necessita.

Na viagem do esquilo até ao seu destino, é obrigado a parar várias vezes para ajudar outros animais: um veado que quer decorar os chifres (“estou a preparar-me para o próximo encontro com a Veada: é o momento perfeito”), uma tartaruga que tricota e precisa que lhe vá buscar uma meada de lã (“preciso de acabar esta manta o mais depressa possível e eu desloco-me lentamente. Chegaste no momento perfeito”) um urso que não consegue alcançar a colmeia, um ouriço cansado, com dificuldade em retirar os pêssegos pregados nos seus espinhos.

“O dia vai passando e, apesar de estar com pressa, o Esquilo ajuda os animais da floresta que precisam dele: o Lobo, a Marmota, a Raposa, o Furão, a Rã, o Peixe…”

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“O Sol espreguiça-se atrás das montanhas. O Pintassilgo carteiro, que saiu muito cedo para trabalhar, desliza até à casa da árvore do Esquilo e deixa cair uma carta pelo buraco do tronco oco” Marco Somà

A autora, psicóloga, escreveu o seu primeiro álbum ilustrado em 2011 e tem obras traduzidas em mais de 15 línguas, algumas premiadas. É professora de Psicologia da Aprendizagem na Universidade Europeia do Atlântico.

A surpresa pela gratidão

Sobre Marco Somà, repetimos aqui o que escrevemos na divulgação de O Vendedor de Felicidade, em Dezembro do ano passado: é italiano, nasceu em 1983, estudou Pintura e aprofundou os estudos em Ilustração na Ars em Fabula (Macerata). Trabalha como freelancer e ministra cursos de Técnicas de Pintura e BD na Academia de Belas-Artes de Cuneo. Várias das suas obras têm sido seleccionadas pela Feira do Livro Infantil de Bolonha (2011, 2013, 2014, 2016), mas também por festivais de ilustração em Bratislava e Nova Iorque.

Na história, quando o esquilo finalmente chega ao seu destino, já o dia a terminar, inquieta-se: “Como é que me pude esquecer? (…) Nestes casos, devemos sempre trazer um lindo presente.”

Terá uma surpresa ao verificar que tem a mochila cheia de lembranças que os animais ali deixaram gratos pela sua ajuda. “Um raminho de flores, um cachecol quentinho, um frasquinho de mel, um pêssego pronto a comer.”

Dirige-se então à casa da sua amiga lebre, que lhe mostra as suas novas crias. “— Peço desculpa pelo atraso. (…) Acabámos de acordar — sorri a Lebre. — Chegaste no momento perfeito.” Tinha sido “a vizinha Coruja” a enviar-lhe a carta e a dar-lhe a novidade.


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