Carlos César pede ao Governo apurado sentido de orientação e maior rigor nas condutas

Presidente do PS apontou sectores em que o Governo enfrenta desafios, como a saúde, para pedir “inconformismo” ao partido: “Conseguimos, mas temos de fazer mais”.

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Carlos César, presidente do PS RUI GAUDENCIO

O presidente do PS pediu esta sexta-feira ao Governo um mais apurado sentido de orientação, maior entusiasmo na acção e maior rigor nas condutas, advertindo que no actual quadro político as responsabilidades do executivo socialista são “intransferíveis”.

Este aviso foi transmitido por Carlos César através de uma mensagem vídeo na sessão do PS evocativa dos sete anos de governos socialistas liderados por António Costa, que decorre na estação fluvial do Terreiro do Paço.

Uma sessão em que estão presentes o ex e o actual presidente da Assembleia da República, respectivamente Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva, que têm perto de si o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, e o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, assim como vários membros do actual Governo e o ex-ministro Eduardo Cabrita.

O antigo líder parlamentar do PS referiu que a maioria absoluta alcançada pelo partido nas últimas eleições legislativas, além de “confiança expressiva, significou também a vontade dos portugueses em terem um Governo estável e uma política com um rumo certo, liberta dos sobressaltos, das incertezas constantes e das perturbações de um apoio parlamentar incerto”.

Neste novo quadro político, avisou o antigo presidente do Governo Regional dos Açores e membro do Conselho de Estado, “exige-se um mais apurado sentido de orientação e, simultaneamente, o maior entusiasmo e o maior rigor nas condutas e na concretização das tarefas” que cabem aos socialistas na acção governativa.

“As nossas responsabilidades políticas actuais são intransferíveis. Mesmo considerando todas as dificuldades que nos trouxeram eventos inesperados como a pandemia ou a guerra no leste europeu, ou a maior inflação internacional das últimas décadas, o que fazemos e o que fizermos, melhor ou pior, a nós deveremos. Os portugueses confiaram em nós; cabe-nos, assim, continuar a honrar a confiança dos portugueses”, frisou.

Carlos César citou depois o lema do PS – “Juntos, temos conseguido” –, mas para introduzir um acrescento: “Conseguimos, mas temos de fazer mais”.

Ainda nesta lógica de intervenção, o presidente do PS referiu-se em concreto aos sectores em que o Governo enfrenta desafios.

“Conseguimos responder à pandemia [da covid-19] com um SNS (Serviço Nacional de Saúde) à altura do desafio, mas importa, sem dúvida, melhorar o seu desempenho em geral na óptica da prestação de cuidados e da sua melhor administração. Conseguimos defender os nossos interesses nos planos europeu e internacional, mas, na turbulência e cruzamento de interesses que vivemos, que prenuncia um novo ciclo, essa é uma tarefa crescentemente exigente e insusceptível de ser negligenciada”, disse.

“É com esse inconformismo, e concretizando metas mais ambiciosas, que vale a pena prosseguir”, completou.

Carlos César referiu-se também à liderança de António Costa no PS, considerando que, ao longo dos últimos sete anos, o seu partido “reafirmou-se como factor de estabilidade e de coesão nacional”.

“E para isso, é bom lembrar, muito contribuiu e continuará a contribuir a liderança mobilizadora e esclarecida do nosso secretário-geral e primeiro-ministro de Portugal, António Costa. Para ele, e, em particular, para todos os que o têm acompanhado no Governo, nestes sete anos, deixo as minhas homenagens e, tenho a certeza, o apoio e o estímulo de todos os socialistas portugueses”, declarou.

O presidente do PS abordou também o facto de os socialistas portugueses se prepararem para assinalar os 50 anos da sua fundação na Alemanha.

“Cinquenta anos depois da criação do PS podemos ter orgulho nos contributos que demos para um Portugal mais influente, para um Portugal mais desenvolvido e menos desigual, para um Portugal mais progressista e mais democrático, para um Portugal mais moderno e mais inovador”, concluiu.

Na primeira intervenção, o líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Duarte Cordeiro, afirmou que o espaço do terminal fluvial do Terreiro do Paço simboliza a renovação da zona ribeirinha feita pela autarquia da capital nos tempos dois socialistas António Costa e de Fernando Medina.

“O ministro Pedro Nuno Santos falou hoje muito bem na sessão de encerramento do Orçamento para 2023”, disse, antes de fazer vários elogios à liderança de António Costa. “Por mais que nos tentem distrair ou provocar, a nossa atenção está em melhorar a vida dos portugueses. Temos uma direita incapaz de ter um conjunto de propostas coerentes e que aposta em casos”, acusou.

Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Acção Climática, destacou as medidas do Governo nas áreas da mobilidade e das energias renováveis.

“Com as transformações que estamos a fazer, vamos conseguir a alcançar a meta de ter 80% da electricidade produzida a partir de fontes renováveis. Ficará para o PSD a política negativa e a política dos casos. E ficará para o PSD a capacidade de explicar ou não como é que um dia vai fazer Governo com a direita xenófoba, populista e retrógrada que temos em Portugal”, acrescentou, numa alusão ao Chega.

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