O que seria capaz de fazer por futebol? Livro conta as histórias mais bizarras do Mundial

O objectivo do livro, explica o escritor argentino Luciano Wernicke, é mostrar como é “a paixão pelo futebol”. Ainda não há tradução em português.

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Um casal terminou a relação depois de discutir se Cristiano Ronaldo seria o melhor jogador do mundo Pascal Rossignol/Arquivo

Um homem saltou para um rio cheio de crocodilos para ganhar bilhetes para o Mundial de 2010; um jogador do Uruguai regressou ao campo depois de ter acabado de sofrer um ataque cardíaco; e um casal russo terminou a relação na sequência de uma discussão sobre quem é o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi.

Estes são apenas alguns dos factos mais bizarros que o escritor argentino Luciano Wernicke compilou no novo livro Incredible World Cup Stories (Histórias Incríveis do Campeonato do Mundo, ainda sem tradução em português). A publicação foi feita em 20 línguas em simultâneo, em antecipação ao Mundial do Qatar que arranca neste domingo, 20 de Novembro.

Wernicke não se interessa por quem marcou mais golos ou saiu vencedor nestes campeonatos, mas, sim, pela cobertura dos eventos “numa perspectiva diferente”, explicou à Reuters. “Até as histórias mais pequenas descrevem, de certa forma, como é a paixão pelo futebol”, justifica.

Em 1994, escreveu, um homem da Albânia entrou numa loja de apostas e apostou a mulher em como a Argentina venceria a Bulgária. Resumo da história: perdeu a aposta por 2-0, o que levou, consequentemente, à perda da sua mulher, horrorizada com a decisão do marido.

Dezasseis anos mais tarde, em 2010, uma rádio da África do Sul — país que nesse ano recebeu o Mundial — ofereceu dois bilhetes para a final do campeonato a quem fizesse a proeza mais louca para os conseguir. Quem venceu? Um homem que saltou e nadou num rio repleto de (pouco amistosos) crocodilos.

Com um capítulo para cada edição do Mundial da UEFA, é a terceira edição deste livro que Luciano Wernicke assina. Agora, o argentino de 52 anos já está a reunir insólitos do torneio que se realizará no Qatar, o primeiro a acontecer num país do Médio Oriente — envolto em polémicas relacionadas com os direitos humanos e por ser o mais caro de sempre.

“Há muitas coisas interessantes à volta deste Mundial, a começar com as alegações de boicote e os problemas de direitos humanos. Além do desporto, haverá, sem dúvida, muito material. O lado social vai pesar muito”, conclui.

E por falar em insólitos, o próximo capítulo poderá escrever-se só com base nas notícias desta sexta-feira, a dar conta que não haverá bebidas alcoólicas à venda nos oito estádios da competição, em respeito pela tradição daquele país muçulmano. Se o excesso de álcool dá azo a bizarrices, o que acontecerá com a privação? É de esperar pelo próximo livro de argentino Luciano Wernicke.

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