Diz onde vives, dir-te-ei quem és. No TikTok, espreita-se casas de estranhos

Caleb Simpson criou um canal de sucesso ao perguntar a estranhos quanto pagam de renda e a mostrar as suas casas. “É por isso que a série é um sucesso: é fácil fazer um juízo de valor”, diz.

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Detalhe do apartamento da modelo Haley Kalil, com uma renda mensal de 17 mil dólares DR/YouTube

Andar pela rua a espreitar pelas janelas mais baixinhas, dedicar tardes de sábado a visitar casas que não se quer comprar, escrutinar a casa de uns amigos quando se é convidado para jantar. A curiosidade sobre as casas dos outros é transversal a todas as idades, géneros e nacionalidades, e um produtor de conteúdos no TikTok descobriu o filão.

O norte-americano Caleb Simpson, de 31 anos, teve a ideia de interpelar estranhos no meio das ruas de Manhattan, um bairro rico de Nova Iorque, perguntar-lhes quanto pagam de renda e pedir-lhes para visitar (e mostrar) as suas casas. Depois, foi avançando pelo resto da cidade. O resultado são milhões de visualizações na plataforma de vídeos rápidos TikTok e o estatuto de famoso, com quase seis milhões de seguidores.

Simpson, que já mostrou o seu próprio apartamento, não se coíbe de explorar as casas alheias. “Entro nestas casas como se esta pessoa já fosse a minha melhor amiga”, disse à Insider.

O tiktoker considera que “ver o interior da casa de alguém é uma das coisas mais íntimas que se pode fazer”. Em declarações ao The Guardian, Simpson destaca ainda a importância do preço: “As pessoas têm curiosidade sobre isso”.

Alguns apartamentos representam fortunas mensais (como um, de 12 mil dólares por mês, cerca de 11.500€, onde se revelou um armário cheio de stilettos Louboutin e um duche ao ar livre), mas outros mostram que ainda é possível ter um tecto por valores que, face ao mercado, são considerados baixos: como os 500 dólares (480€) por um micro apartamento em Bed-Stuy, Brooklyn, onde a renda média é de quase 3000 dólares (2875€).

De um extremo ao outro, as casas alheias despertam todo o tipo de sentimentos. “É preciso sentar e ter uma conversa com estas pessoas e dizer-lhes: vão receber todo o tipo de comentários desde ‘Amo’ até ‘Odeio'”, disse Simpson ao jornal britânico, lamentando o facto de ser “impossível contar a história completa de alguém em 60 segundos”. No entanto, ressalva: “É por isso que a série é um sucesso: é fácil fazer um juízo de valor”.

Um sucesso que leva Simpson a ponderar expandir a série pelo país, continuando a perseguir celebridades, como a modelo Haley Kalil, que reside num apartamento de 17 mil (16.300€), mas sobretudo "pessoas normais", cujas casas contam histórias de gente.

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