“Não é correcto ir”: Dua Lipa e Rod Stewart não vão actuar no Mundial do Qatar

Dua Lipa não foi convidada, mas só vai “visitar o Qatar quando o país tiver cumprido todos os compromissos de direitos humanos”. Rod Stewart foi convidado a actuar, mas rejeitou.

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Dua Lipa em Braga em Junho deste ano Nelson Garrido

A cantora Dua Lipa esclareceu domingo que não vai actuar nem estar presente no Mundial de Futebol do Qatar, que arranca dia 20 no país árabe. “Anseio visitar o Qatar quando o país tiver cumprido todos os compromissos de direitos humanos que fez quando ganhou o direito de receber o Mundial”, escreveu em comunicado, adiantando que nunca esteve em negociações para cantar no evento.

A artista britânica junta-se assim à estrela Rod Stewart, que por seu turno foi mesmo convidado a actuar no país por mais de um milhão de euros, “há mais de 15 meses”. Em declarações ao jornal britânico Sunday Times, Stewart disse: “Recusei. Não é correcto ir. E os iranianos também deveriam ficar de fora por fornecer armas [à Rússia]”, disse o cantor.

Dua Lipa recorreu ao Instagram para esclarecer que não estará no Qatar porque “há muita especulação” sobre se iria actuar na cerimónia de abertura do evento. “Não vou actuar nem estive envolvida em qualquer negociação para actuar”, disse, explicando que vai “torcer por Inglaterra à distância”.

Porém, os artistas Robbie Williams (britânico) e um dos membros do popularíssimo grupo sul-coreano BTS, Jung Kook, vão actuar, bem como os norte-americanos Black Eyed Peas e o colombiano J Balvin estão no alinhamento do Qatar Live 2022, associado ao mundial. Jung Kook está contratado para a cerimónia de abertura, não existindo ainda confirmação oficial de que Shakira também actuará nesse momento. Além destes nomes, Diplo, o DJ Calvin Harris e o jamaicano Sean Paul vão actuar, mas no FIFA Fan festival, que decorre em simultâneo com a competição.

O ex-futebolista David Beckham, embaixador do Mundial do Qatar, está a ser criticado tanto pela Amnistia Internacional quanto por figuras públicas como o comediante britânico Joe Lycett pela posição que aceitou e pelo que lucra com ela sem se referir publicamente às questões relacionadas com os direitos humanos, nomeadamente quanto à comunidade gay ou ao trabalho de migrantes, que o país organizador põe em causa.

O Mundial de Futebol do Qatar, que receberá 32 selecções nacionais, entre as quais a portuguesa, foi erguido após obras de grandes dimensões que, segundo a Amnistia Internacional, causaram a morte de cerca de 6500 trabalhadores migrantes. As críticas ao evento prendem-se com o respeito pelos direitos humanos em geral e com as posições do país quanto à comunidade LGBT ou à expressão pública por parte dos atletas de posições políticas.

Os boicotes ou tomadas de posição ao mundial têm tomado várias formas, desde a escolha da selecção dinamarquesa de usar um equipamento em negro em homenagem aos migrantes, bem como a opacificação da marca que os produz, a Hummel, até à promessa das selecções de Inglaterra e do País de Gales de usarem uma braçadeira com as cores do arco-íris em tributo à comunidade LGBTQ. Os norte-americanos vão engalanar a sede da sua equipa com logótipo com a bandeira arco-íris, por exemplo. As relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais no Qatar.

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