O jejum de Kanye West: rapper anuncia 30 dias sem álcool, sexo e declarações

Depois de mais de um mês de polémicas, o artista está decidido a não falar com ninguém durante um mês. Mas a conta no Twitter continuará activa.

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Kanye West recorreu ao Twitter para anunciar a sua decisão reuters/RANDALL HILL (arquivo)

“Um jejum verbal. Sem álcool. Nada de filmes para adultos. Nada de relações sexuais.” Esta é a receita de Kanye West para uma “limpeza de 30 dias”, depois de se ter visto no centro de uma série de polémicas, incendiadas sobretudo pelas declarações anti-semitas que proferiu, o que lhe custou contratos milionários e o seu lugar na lista dos multimilionários.

West, que mudou o seu nome legal para Ye, recorreu ao Twitter, onde voltou a ter um lugar assegurado sob a nova liderança de Elon Musk, para anunciar a sua decisão. No entanto, a sua limpeza poderá não arrefecer os ânimos, já que garante que continuará pelo Twitter. E cumpriu: depois da promessa de “jejum” continuou a publicar.

O rapper tinha sido bloqueado na rede social depois de ter usado a plataforma para publicar comentários anti-semitas. “Estou um pouco sonolento esta noite, mas quando acordar, vou ‘death con 3’ contra o povo judeu”, escreveu. A expressão “death con 3”, segundo várias fontes, estaria relacionada com o termo militar DEFCON, que avalia a prontidão de defesa, sendo interpretada como uma ameaça.

Antes, apareceu na Semana da Moda de Paris com uma camisola em que se lia White Lives Matter, o slogan nascido em 2015 como resposta ao movimento Black Lives Matter (BLM) e, entretanto, adoptado por grupos supremacistas brancos, incluindo o Ku Klux Klan. E continuou a sua epopeia contra o BLM, unindo-se a Candace Owens, activista da direita norte-americana mais radical, na promoção do documentário A Maior Mentira Alguma Vez Vendida: George Floyd e a Ascensão do BLM (tradução literal).

Como resultado, várias etiquetas de moda anunciaram não desejar voltar a trabalhar com o também designer​​, a Vogue cortou laços com Ye, a agência que o representava fez saber que não tem intenções de voltar a trabalhar com o artista; o escritório de advogados que assumia a sua defesa afastou-se; o estúdio que ia produzir o seu documentário optou por arrumar a ideia na gaveta; e centenas de celebridades, do mundo artístico, mas também de outras esferas, vieram a público pronunciarem-se em “defesa dos amigos judeus”.

A estocada final chegou com a Adidas, com quem Ye tinha assinado um contrato em 2013, que lhe permitira inscrever o seu nome entre os multimilionários. A empresa informou, a 25 de Outubro, que decidiu terminar a parceria com Kanye West com efeito imediato. “Os comentários e acções recentes de Ye têm sido inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça”, avançou a empresa numa declaração, citada pela Bloomberg.

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