Alemanha surpreende e evita recessão no terceiro trimestre

PIB alemão regista crescimento de 0,3% no terceiro trimestre. A expectativa nos mercados era a de que a quebra da economia se tivesse iniciado já durante este período.

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Fábrica da Porsche em Estugarda, na Alemanha Reuters/Ralph Orlowski

Contrariando as expectativas de que poderia ter entrado, já durante o terceiro trimestre do ano, numa recessão, a economia alemã registou uma taxa de crescimento positiva neste período, mostrando que a resistência da principal potência europeia face à crise pode ser afinal mais forte do que se esperava.

De acordo com os dados provisórios publicados esta sexta-feira pelo gabinete de estatísticas alemão, o PIB registou, no terceiro trimestre deste ano, uma variação de 0,3% relativamente ao trimestre imediatamente anterior. Este resultado segue-se ao crescimento de 0,1% que se tinha registado no segundo trimestre.

Entre a generalidade dos analistas havia a expectativa de que a economia alemã, afectada pelos níveis recorde atingidos pela inflação e com a confiança dos consumidores e dos empresários abalada por causa da perspectiva de um Inverno com escassez de recursos energéticos, se tivesse já contraído durante este período. Um inquérito realizado pela agência Reuters junto de analistas antes da divulgação dos resultados oficiais apontava, em média, para uma variação negativa de 0,2% no PIB alemão durante o terceiro trimestre deste ano.

Os receios de uma possível entrada da Alemanha em recessão não ficam totalmente dissipados, até porque é durante o Inverno que se esperam mais obstáculos à actividade económica no país, mas os resultados agora conhecidos revelam para já uma capacidade de resistência da economia em que muitos não acreditavam.

Mesmo o governo alemão prevê neste momento uma queda do PIB no próximo ano de 0,4%.

O anúncio da variação positiva do PIB alemão surge no dia a seguir ao Banco Central Europeu ter decidido realizar uma nova subida de 0,75 pontos percentuais nas suas taxas de juro de referência, assumindo que a sua principal preocupação é trazer para baixo uma taxa de inflação que, na zona euro, se encontra neste momento perto dos 10%. O BCE assume ao mesmo tempo que uma recessão na economia europeia é um cenário possível para o final deste ano e início do próximo.

Esta segunda-feira, serão conhecidas as primeiras estimativas oficiais para a variação do PIB no total da zona euro e na maioria dos outros países do bloco, incluindo Portugal.

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