Preço das casas sobe mais no Porto do que em Lisboa

Dados da habitação relativos ao segundo trimestre evidenciam diferenças regionais, mas confirmam que o preço mediano no país encareceu 17,8% em termos homólogos.

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“Observou-se um aumento da taxa de variação homóloga em quatro dos seis municípios com mais de 100 mil habitantes, destacando-se o Porto e Matosinhos“ Adriano Miranda

O preço mediano das casas em Portugal subiu 17,8% no segundo trimestre deste ano, para 1494 euros o metro quadrado (m2), mas os dados dos preços da habitação ao nível local, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, revelam algumas diferenças regionais na evolução desse indicador.

Embora o preço mediano tenha aumentado em todas as 25 sub-regiões NUTS III, a análise por município mostra que em sete dos 24 com mais de 100 mil habitantes se registou uma desaceleração, “destacando-se Lisboa (-6,1 pontos percentuais)”, que registou um crescimento de 7,6% no segundo trimestre.

Noutros seis municípios de entre os 11 da Área Metropolitana de Lisboa com mais de 100 mil residentes, houve até uma aceleração desse crescimento de preços, “evidenciando-se Loures (+8,8 p.p.)”, refere o INE.

No entanto, “todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa registaram preços medianos de habitação superiores ao valor nacional (1494 euros/m2), destacando-se Lisboa (3786 euros/m2) e Cascais (3491 euros/m2) com valores superiores a 3000 euros/m2”, refere o INE.

Já na Área Metropolitana do Porto, “observou-se também um aumento da taxa de variação homóloga em quatro dos seis municípios com mais de 100 mil habitantes, destacando-se o Porto (+9,2 p.p.) e Matosinhos (+5,3 p.p.)”, diz a entidade estatística.

Também nesta NUT III todos os municípios com mais de 100 mil residentes têm preços medianos superiores ao valor nacional, com excepção de Gondomar e Santa Maria da Feira.

Deste conjunto de 17 municípios das áreas metropolitanas com mais de 100 mil habitantes, aqueles com variação homóloga superior ao todo nacional são: Setúbal (+23,5%), Vila Nova de Gaia (+23,4%), Sintra (+19,8%), Porto (+18,5%), Oeiras (+18,2%) e Almada (+17,9%).

“Pelo contrário, Cascais (+15,7%) e Lisboa (+7,6%) registaram taxas de variação homóloga inferiores à nacional, tendo o município de Lisboa registado a menor taxa entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes.”

As duas sub-regiões com preços medianos mais elevados são o Algarve (2358 euros/m2) e a Área Metropolitana de Lisboa (2076 euros/m2). “Foram também aquelas que apresentaram valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: território nacional (respectivamente, 2222 euros/m2 e 2050 euros/m2) e estrangeiro (2734 euros/m2 e 3782 euros/m2).”

Em suma, o preço mediano da habitação familiar comprada no Algarve apresenta uma diferença de cerca de 500 euros por m2 entre comprador nacional e estrangeiro. Na região de Lisboa, essa diferença é de cerca de 1050 euros.

Em termos regionais, afirma o INE, “apenas o Algarve registou, simultaneamente, um valor mediano do preço da habitação (2358 euros/m2) e uma taxa de variação homóloga (+23,8%) superiores aos do país (1494 euros/m2 e +17,8%).”

Nas áreas metropolitanas de Lisboa (2076 euros/m2) e do Porto (1576 euros/m2) e na Região Autónoma da Madeira (1534 euros/m2), os preços medianos também são superiores ao valor agregado do país. No entanto, a variação homóloga traduz-se num crescimento inferior ao valor nacional (+16,5%, +17,5% e +5,8%, respectivamente).

No fim da lista, o Alto Alentejo mantém-se como a região NUT III com o menor preço mediano, de 500 euros/m2.

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