Covid-19. OMS aconselha máscara nos transportes e atenção às hospitalizações

Com a chegada do Outono e a aproximação do Inverno, OMS Europa está preocupada com possível aumento dos números da covid-19 e da gripe. Países devem continuar a testar e a vacinar os cidadãos.

Foto
Europa registou 1,4 milhões de infecções por covid-19 e 3250 mortes na última semana Matilde Fieschi

A Europa registou 1,4 milhões de infecções e 3250 mortes na última semana, um novo aumento da covid-19 que obriga os países a preparem-se para um crescimento de casos e hospitalizações, alertou a Organização Mundial da Saúde. “Não podemos dar-nos ao luxo de ser complacentes neste momento”, adiantou à agência Lusa Richard Pebody, chefe da Equipa de Alta Ameaça Patogénica da OMS/Europa, ao salientar que o continente tem registado um aumento de contágios pelo coronavírus desde o início de Outubro.

Com a chegada do Outono e a aproximação do Inverno, “estamos preocupados com um possível aumento dos números da covid-19”, reconheceu o epidemiologista. “Encorajamos os países a prepararem-se para possíveis novos aumentos de casos e internamentos por covid-19.” O especialista sublinhou que algumas co-variantes da Ómicron são mais transmissíveis do que as suas antecessoras e que muitas pessoas continuam por vacinar ou têm a vacinação incompleta.

“Também é possível que haja outras variantes mais transmissíveis, por isso não podemos dizer com certeza o que pode acontecer a seguir”, referiu o especialista da OMS/Europa à Lusa, ao recordar que a forma mais eficaz de salvar vidas, proteger os sistemas de saúde e manter as sociedades e as economias abertas é “vacinar primeiro os grupos certos”.

De acordo com Pebody, apesar de muitos países terem reduzido os testes e a sequenciação do SARS-CoV-2, é necessário “continuar à procura do vírus”, sob pena de ficarem “cada vez mais cegos” em relação aos seus padrões de transmissão e à sua evolução. “Este vírus não vai desaparecer só porque os países pararam de procurá-lo. Continua a espalhar-se, continua a mudar e continua a causar hospitalizações e a tirar vidas”, alertou o investigador, para quem a testagem e a sequência genética “continuam a ser medidas críticas para a monitorização” do SARS-CoV-2.

O epidemiologista adiantou que a OMS encoraja os países a “reiniciar ou manter a vigilância, a testagem, a sequenciação e rastreio de contactos”, para que seja possível proteger os grupos vulneráveis. “A população em geral deve ter acesso a diagnósticos, vacinas e tratamentos, especialmente aqueles que estão em maior em risco. Aqueles que ainda precisam de ser vacinados têm de levar a vacina, para se manterem a si e aos outros seguros”, destacou.

Ressurgimento da gripe

Além da covid-19, a chegada do Outono e do Inverno pode levar ao “ressurgimento da gripe”, depois de dois anos de fraca incidência a doença, resultando numa pressão adicional sobre os sistemas de saúde, disse.

Para responder a este aumento de pressão sobre os serviços de saúde, a OMS avançou com cinco “estabilizadores pandémicos”, medidas que considera críticas para proteger a população europeia nos próximos meses. Entre estas medidas estão o aumento da vacinação da população em geral e a administração de uma segunda dose de reforço a pessoas imunocomprometidas a partir dos cinco anos e aos seus contactos próximos.

Além disso, a OMS recomenda o uso de máscaras no interior e nos transportes públicos, a ventilação de espaços públicos e lotados, como escolas, escritórios e transportes públicos, e a aplicação de protocolos terapêuticos rigorosos para pessoas em risco de doença grave.

As decisões sobre as medidas de protecção a implementar “sempre foram dos Estados-membros com base na transmissão do vírus no seu país. O conselho da OMS continua a ser que uma máscara adequada deve ser usada em ambientes fechados, confinados, lotados e mal ventilados, sempre que possível”, adiantou Richard Pebody.

“Temos de reconhecer a fadiga pandémica. Todos queremos que esta pandemia acabe, mas as medidas simples continuam a ser essenciais, especialmente em determinadas circunstâncias”, sublinhou o especialista da OMS/Europa.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários