Estão a nascer mais bebés este ano, após a pior quebra de sempre em 2021

Dados do “teste do pezinho” indicam que até Setembro houve 62 mil nascimentos, mais três mil do que em idêntico período do ano passado.

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Entre Janeiro e Setembro de 2022 nasceram mais 3037 bebés do que no mesmo período de 2021 Getty Images

Cerca de 62 mil bebés nasceram em Portugal este ano, um aumento que se segue à quebra verificada em 2021, quando se registou o valor mais baixo de sempre, segundo dados do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce.

De acordo com os dados do “teste do pezinho”, que cobre a quase totalidade dos nascimentos, foram rastreados, entre Janeiro e Setembro de 2022, 62.001 recém-nascidos, mais 3037 do que em igual período de 2021 (58.964).

Os dados avançados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) confirmam a inversão da tendência de redução de nascimentos verificada no ano passado. Setembro foi o mês que registou o maior número de nascimentos (7979), seguido de Agosto (7862) e de Março (7097), enquanto Abril foi o mês em que houve menos nascimentos (5950), seguido de Fevereiro (6049) e Janeiro (6482).

Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (18.440), seguido do Porto (11.386), Setúbal (4754), Braga (4717), Aveiro (3036) e Faro (3024). Do lado oposto da escala estão o distrito de Bragança (436), seguido da Guarda (469), de Portalegre (446), Vila Real (425) e Castelo Branco (725).

Durante todo o ano de 2021 foram estudados 79.217 recém-nascidos, menos 6239 do que em 2020 (85.456), o valor mais baixo de sempre. Antes deste mínimo registado em 2021, o número mais baixo tinha sido verificado em 2014, com 83.100 exames realizados no país.

De acordo com os dados dos relatórios do programa que constam do site do INSA, o número de bebés estudados, entre 1984 e 2008, ultrapassou sempre os 100 mil, sendo o maior registo no ano de 2000 (118.577). O “teste do pezinho” é efectuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de gotículas de sangue no pé da criança, e permite actualmente detectar 27 doenças, possibilitando uma actuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.

O Instituto Ricardo Jorge diz que estão reunidas as condições técnicas para que, ainda durante este mês, seja dado início ao estudo-piloto para o rastreio da Atrofia Muscular Espinhal. “A inclusão desta patologia no painel das doenças rastreadas só será formalizada após finalização do estudo-piloto de cem mil recém-nascidos, da avaliação dos resultados obtidos e da autorização do Ministério da Saúde”, salienta o instituto.

O “teste do pezinho” permite identificar as crianças que sofrem de doenças quase sempre genéticas, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de tratamento precoce.

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