Apostadas na sustentabilidade, Cláudia Vieira e Gabriela Pinheiro criaram a Obsidian

O projecto chega ao público nesta quinta-feira, 13 de Outubro, e prima pela sustentabilidade na escolha de materiais. Mas sustentável não tem de ser aborrecido e a colecção aposta na cor.

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Gabriela Pinheiro (esquerda) e Cláudia Vieira (direita) Rui Gaudêncio

Há mais de uma década que a consultora de imagem Gabriela Pinheiro é responsável pelo guarda-roupa da actriz e apresentadora Cláudia Vieira em todos os projectos de televisão. Foi a moda que as uniu e é nessa área que se aventuram no primeiro projecto em conjunto: uma marca de roupa. Nesta quinta-feira, no Portugal Fashion, no Porto, nasce a Obsidian, um projecto com etiqueta portuguesa e de matriz sustentável. “A nossa premissa é oferecer às consumidoras que gostam de arriscar peças diferentes e da forma mais consciente possível”, resume a actriz ao PÚBLICO.

A Obsidian está em embrião desde 2019, quando ambas convidaram a especialista em marketing Raquel Vasconcelos para ser sócia do projecto. “Não passava de uma vontade de termos algo juntas e percebemos que, se não convidássemos outra pessoa, não passaria de uma ideia porque as nossas vidas são muito activas”, começa por recordar Cláudia Vieira. “É ela [a Raquel] a responsável pelo lado mais comercial, precisávamos dessa visão”, completa Gabriela Pinheiro.

Conscientes do número crescente de marcas de roupa nacionais que têm surgido, queriam trazer algo diferenciador, continua a actriz: “Temos de ser conscientes e ter noção de que o mercado tem muita oferta. Mas não está saturado de marcas que tentam ser o mais sustentáveis possível.” E essa sustentabilidade passa não só pela escolha dos tecidos naturais de qualidade, como o raríssimo algodão supima, ou do poliéster reciclado, como também por criar peças versáteis que possam ficar no guarda-roupa das mulheres que as vestem por muito tempo.

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Cláudia Vieira, Gabriela Pinheiro e Gabriela Vasconcelos Pedro Ferreira

Além de que sustentável não tem de ser aborrecido, lembram as duas amigas. “Queremos oferecer moda às nossas consumidoras. O padrão xadrez pode ser arrojado, mas vemos que a Burberry tem o mesmo padrão há décadas”, argumenta a consultora de imagem. Para tornar as peças versáteis e potenciar que sejam o mais usadas possível, vão acompanhar as clientes através das redes sociais com dicas de como conjugar os fatos xadrez da marca, a gabardine ou a minissaia, sobretudo com peças que as mulheres já tenham no seu guarda-roupa.

Versatilidade e conforto

As grandes estrelas da primeira colecção da Obsidian são os fatos xadrez, com um padrão desenvolvido em exclusivo para a marca. Os fatos, sublinha Gabriela Pinheiro, são essenciais no guarda-roupa de uma mulher, sobretudo pelo conforto que tem dominado as preferências nos últimos anos, culpa da pandemia: “As mulheres perceberam que podem estar elegantes e confortáveis. Já não abdicam disso.”

Para conjugar os fatos, a consultora de imagem aconselha a que, quando usar com o casaco, não se coloque o cinto. “A calça pode ficar de cintura subida ou mais descida. Quando pomos um cinto podemos puxá-la mais para cima. E quando queremos cintura mais baixa, é só puxar para baixo e as presilhas ficam invisíveis”, explica. Já a gabardine da marca, que junta os dois padrões, pode ser transformada num vestido com o uso de um cinto.

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Os fatos da Obsidian são um dos destaques da colecção Rui Gaudêncio

Comprar de forma mais consciente, argumenta ainda, é um dos caminhos para a sustentabilidade: “Tento apelar à compra consciente. O fast fashion inundou o guarda-roupa das minhas clientes e têm peças repetidas que nunca usaram. Não precisamos de dez casacos. A nossa premissa é também no comportamento de compra.”

Esta estende-se ainda à forma como se cuida da roupa, uma das bandeiras de Gabriela Pinheiro. Cada peça será acompanhada por um cartão que explica como se deve proceder à lavagem. “Nem todas as pessoas têm o cuidado de olhar para as etiquetas. É isso que faz com que as peças durem mais anos”, defende.

As empresárias ambicionam vestir todas as mulheres, de todos os tamanhos. “A Obsidian é para uma mulher que gosta de arriscar. Mas se fizer com que as mulheres que não gostam de arriscar arrisquem, é outro passo”, assevera Cláudia Vieira. E o nome da etiqueta? Ambas queriam que tivesse uma ligação à natureza e Gabriela Pinheiro lembrou-se da pedra vulcânica obsidiana, que se transforma em vidro depois de seca.

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A campanha da Obsidian Pedro Ferreira

Essa capacidade de se adaptar aos ambientes é também uma característica das mulheres que quiseram homenagear — “é uma marca de mulheres para mulheres”. E Cláudia Vieira explica: “Essa força que a obsidiana tem, queremos trazê-la para a nossa marca e ser a nossa forma de comunicar.” Gabriela Pinheiro conclui: “A obsidiana tem o poder de expelir a negatividade e atrair a positividade do ambiente. É robusta e frágil ao mesmo tempo, como as mulheres. Não somos só uma coisa.”

A marca vai lançar várias colecções-cápsulas, sem periodicidade definida nem reposição. A primeira, com nove peças, está à venda a partir desta quinta-feira, na loja online, nas Lojas das Meias, em Lisboa e Matosinhos, bem como na Just Ceuta, na Baixa do Porto. Os preços oscilam entre os 90 (a T-shirt) e os 370 euros (a gabardine).

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