A roupa em segunda mão chega aos hipermercados Continente em Gaia e Lisboa

O projeto [RE]Style surge no âmbito de uma parceria com a Retry, uma plataforma online portuguesa que já permitia a compra e venda de roupas em segunda mão.

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A coleção está já disponível nos hipermercados de Gaia e Lisboa Sonae MCRetail

A cadeia de hipermercados Continente, empresa do grupo Sonae ao qual o PÚBLICO pertence, e a plataforma portuguesa Retry lançaram o ​projecto-piloto [RE]tyle que leva a venda de roupa em segunda mão aos hipermercados dos centros comerciais GaiaShopping e Colombo, em Vila Nova de Gaia e Lisboa, respectivamente.

Graça Fernandes, responsável pela área de têxtil da cadeia de hipermercados, explica ao PÚBLICO, que com este projecto a “mensagem principal” a ser passada pelo Continente “é a preocupação com a sustentabilidade” prolongando a “vida dos produtos têxteis.”

“A indústria têxtil é uma indústria bastante poluente. Quanto mais prolongarmos a vida dos artigos, mais estaremos a contribuir para um mundo mais sustentável”, declara, sublinhando que o passo a ser dado rumo à sustentabilidade é “inevitável”.

O primeiro ponto de venda de roupa em segunda mão surgiu no Continente do GaiaShopping, no início de Setembro deste ano, tendo o ponto do hipermercado no Centro Comercial Colombo sido lançado no final do mesmo mês. Segundo a responsável, no próximo ano surgirão novos locais, embora aponte que “é provável” que sejam abertos mais ainda este ano.

O projecto surge depois de os supermercados Auchan terem lançado, em 2020, a ReUse, uma iniciativa de venda de roupa em segunda mão em parceria com a plataforma online MyCloma, em nove lojas espalhadas pelo país.

A Retry, segundo uma das suas sócias-gerentes Daniela Oliveira, partilha da importância dada pelo Continente à sustentabilidade. E afirma que a “missão” da empresa é “conseguir mudar mentalidades” para informar que é possível “reutilizar as peças que estão paradas no armário” e “comprar peças em segunda mão, porque estão boas e têm valor de mercado”.

Desde 2020 que a plataforma vende roupa em segunda mão através da Internet, mas já há muito que ansiava por ter um espaço físico, diz Daniela Oliveira. “No online, as pessoas não conseguem ver a peça e podem-se inibir [de comprar]. No espaço físico podem experimentar e verificar a sua qualidade”, justifica.

Foi do Continente que partiu a iniciativa para lançar este projecto conjunto, pretendendo apostar num parceiro que já trabalhasse com roupa em segunda mão e com experiência na selecção. Segundo Graça Fernandes, a Retry foi a mais “interessante” das várias plataformas contactadas por ter uma oferta com uma “diversidade de marcas conceituadas”, embora garantindo que os preços são “acessíveis”.

“Todas as nossas peças são seleccionadas e categorizadas por nós. Nós só aceitamos determinado tipo de peça e, se estiver estragada, não aceitamos”, explica Daniela Oliveira.

Quem quiser vender a sua roupa nos pontos [RE]Style, tem de preencher um formulário no seu site, que posteriormente recolhe as doações de forma gratuita em Portugal continental e faz o controlo de qualidade e selecção. As peças que forem consideradas aptas e de qualidade para serem vendidas nos espaços físicos são colocadas nas lojas do Continente que já aderiram à iniciativa. Na Madeira e nos Açores, a entrega das doações fica a encargo do utilizador.


Texto editado por Bárbara Wong

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