Xiaomi quer automóveis como parte do ecossistema

Esta semana a Xiaomi revelou uma nova gama de produtos conectados incluindo aspiradores que se limpam sozinhos, tablets e pulseiras inteligentes. A ambição é juntar à equação sistemas de condução autónoma até 2024. O smartphone é o elo de ligação.

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Apresentação dos produtos, em Munique Xiaomi

A tecnológica Xiaomi, conhecida pelos smartphones, relógios, trotinetes e pequenos electrodomésticos, quer entrar no mercado automóvel nos próximos dois anos — na China, os testes já começaram. A ambição foi destacada esta semana durante o lançamento de novos produtos da marca chinesa, em Munique, na Alemanha, onde foram também anunciados novos telemóveis (com melhores e maiores baterias e câmaras), aspiradores, tablets e pulseiras inteligentes.

“A condução autónoma é aquilo que vemos como a próxima grande função da electrónica”, explicou ao PÚBLICO Tiago Flores, director da Xiaomi Portugal, durante o evento que teve lugar no centro de exposições BMW Welt. Na China, o sistema da empresa está a ser testado em mais de uma centena de carros, incluindo no modelo BMW Série 5.

“Olhamos para esta categoria como uma categoria de futuro. Há um grande investimento da marca”, salientou Flores. Em 2021, o presidente executivo da tecnológica, Lei Jun, anunciou o investimento de cerca de 10 mil milhões de dólares na área (10,18 mil milhões de euros ao câmbio actual). “Isto vai ser mais uma peça no nosso ecossistema”, continua o executivo português. “Na Xiaomi não olhamos para uma categoria específica de produtos. Olhamos para o consumidor tecnológico. A pergunta é sempre: como é que podemos facilitar a vida das pessoas?”

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Lei Jun quando anunciou o investimento em "carros inteligentes" DR

Telemóvel no centro de tudo

O telemóvel é visto como o elo de ligação no ecossistema de produtos da marca que podem ser controlados através da app Mi Home. “Nós acreditamos que é possível fazer muita coisa através da conectividade móvel. O smartphone é um pilar essencial”, explica Flores.

Esta visão depende da utilização de produtos da marca (capazes de adicionar à app da Xiaomi), mas a marca também tem feito esforços para garantir a compatibilidade de diferentes aparelhos com os assistentes inteligentes das gigantes Google e Apple.

Ao todo, a empresa diz que já conecta mais de 526 milhões de equipamentos IoT (sigla inglesa para Internet of Things – Internet das Coisas) que transmitem informação entre si e podem ser controlados à distância.

Fotografias com 200 megapixels

Em Portugal, os telemóveis continuam a ser um dos principais focos da Xiaomi. A nova Serie 12 aposta na procura por telemóveis com maior qualidade fotográfica — independentemente do talento do utilizador — e baterias duradouras.

O topo de gama Xiaomi 12 T Pro (850 euros) vem com um sistema de câmara tripla que permite captar imagens com 200 megapíxeis. Por defeito, os aparelhos vão tirar fotografias com 12 megapíxeis (ocupam muito menos espaço no telemóvel), mas a opção de 200 megapíxeis garante que não se perde nenhum detalhe. Os algoritmos decidem o melhor enquadramento para as fotografias com base na análise de milhares de fotografias. “Com os novos telemóveis, é possível fazer zoom e cortar qualquer parte de uma fotografia sem perder a nitidez”, clarifica Tiago Flores.

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Novo Xiaomi 12 T Pro Xiaomi

Tanto o 12 T Pro como o 12 T (650 euros), que têm baterias de 5000 mAh, estão equipados com o sistema HyperCharge que permite aos aparelhos carregar de zero a 100% em apenas 19 minutos.

Aspiradores que cortam fios de cabelo

A empresa também está a apostar em força no mercado de pequenos electrodomésticos que se podem controlar através do telemóvel. É uma área em crescimento em Portugal, garante Flores. Depois de ser lançado em Abril na China, o aspirador X10+ (cerca de 900 euros) chega agora ao mercado europeu. Metade esfregona e metade aspirador, o aparelho vem com uma estação onde deposita o lixo e recicla a água que utiliza.

O X10+ recorre a um sensor para medir distâncias e está equipado com uma pequena câmara para reconhecer os objectos na sua frente. O aspirador é capaz de cortar fios de cabelo antes de os aspirar e é possível definir zonas na casa onde o aparelho não toca (por exemplo, o quarto onde os mais novos brincam com legos). Tudo pode ser controlado através do telemóvel.

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Novo aspirador inteligente da Xiaomi DR

“Não queremos trabalhar só para a nossa casa inteligente”, insiste, no entanto, o director da Xiaomi em Portugal. “Queremos continuar a trabalhar na robotização e na mobilidade. No fundo, permitir uma vida inteligente em que está tudo conectado.”

Esta semana a Xiaomi também desvendou uma pulseira inteligente, a Xiaomi Smart Band 7 Pro (a partir de 100 euros), um tablet (a partir de 300 euros), e ecrãs de televisão (a partir de 700 euros).


O PÚBLICO viajou até Munique a convite da Xiaomi

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