Forças russas abandonam Lyman um dia depois da anexação ilegal

As tropas ucranianas afirmam ter reconquistado a cidade na região de Donetsk, que estava ocupada por mais de cinco mil militares russos. Moscovo confirmou a retirada.

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Soldado ucraniano na frente de guerra na região de Lyman Reuters/JORGE SILVA

As forças russas saíram da cidade de Lyman, no Leste da Ucrânia, “como consequência da criação de uma ameaça de cerco” por parte dos soldados ucranianos, informou a agência de notícias RIA, na tarde deste sábado, citando o Ministério da Defesa da Rússia. A ofensiva ucraniana na cidade situada na região de Donetsk terá levado à fuga de mais de cinco mil soldados russos.

A retirada ocorre um dia depois de o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter assinado “tratados de adesão” que formalizaram a anexação ilegal da Rússia de quatro regiões ocupadas na Ucrânia - marcando a maior tomada forçada de território na Europa desde a II Guerra Mundial.

A Ucrânia cercou milhares de tropas russas na cidade de Lyman, um bastião estratégico para Moscovo que tem vindo a ser utilizado como centro logístico para as suas operações no Norte da região de Donetsk.

“O grupo russo na região de Lyman está cercado”, disse Serhiy Cherevatyi, porta-voz militar ucraniano, na manhã deste sábado. E acrescentou: “Lyman é importante porque é o próximo passo para a libertação do Donbass. É uma oportunidade de ir mais longe, para Kreminna e Sievierodonetsk. E é também muito importante psicologicamente”.

Antes disso, através do Telegram, o governador de Lugansk, Serhiy Haidai, revelou que quando os soldados russos presos no cerco pediram aos superiores para deixar a cidade, esta mesma autorização não foi concedida. E acrescentou que “a possibilidade de entregarem munições aos russos dentro da cidade ou de uma saída pacífica do cerco” não existiam.

Segundo Serhiy Cherevatyi, existiam entre 5000 e 5500 soldados de Moscovo cercados em Lyman. No entanto, sublinhou que acreditava que o número já pudesse ter diminuído, uma vez que foram registados “muitos mortos e feridos”. Segundo o porta-voz, os soldados de Moscovo tinham vindo a tentar (sem sucesso) sair do cerco e alguns acabaram por se render.

À entrada de Lyman, os soldados ucranianos hastearam a bandeira de Kiev. No vídeo que circula nas redes sociais e que foi publicado pelo chefe de gabinete de Zelensky, é possível ver dois soldados ucranianos a abanar a bandeira. Seguidamente, um deles fixa a bandeira com fita-cola, enquanto o outro a beija.

No vídeo é possível ouvir os soldados dizer: “[Hoje é] 1 de Outubro. Estamos a desdobrar a bandeira do nosso Estado e a colocá-la nas nossas terras. Lyman. Tudo será Ucrânia”.

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