Eleições em Itália: partidos de extrema-direita celebram, primeira-ministra francesa alerta que há valores a defender na UE

As eleições de domingo em Itália empurraram Giorgia Meloni para o centro das atenções. Partidos de direita radical por toda a Europa celebram a vitória.

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O partido de Giorgia Meloni, Irmãos de Itália, terá conseguido 24,6% dos votos Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE

Entre as felicitações e os elogios, vários líderes da extrema-direita europeia já reagiram à vitória de Giorgia Meloni e dos Irmãos de Itália (FdI) nas eleições italianas deste domingo — o bloco da direita (juntamente com a Liga de Matteo Salvini e o Força Itália de Silvio Berlusconi) obteve 43% dos votos, mais 17% do que o bloco de centro-esquerda, de acordo com os resultados parciais.

No Twitter, a líder do partido francês de extrema-direita União Nacional, Marine Le Pen, congratulou Meloni e Salvini “por terem resistido às ameaças de uma União Europeia antidemocrática e arrogante” e sublinhou que o povo italiano “decidiu tomar o seu destino nas mãos, elegendo um governo patriótico e soberanista”.

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Itália prepara-se para ter o Governo mais à direita desde a Segunda Guerra Mundial e o primeiro de sempre liderado por uma mulher.

Reuters,Joana Gonçalves

Para Balázs Órban, o director político do primeiro-ministro húngaro Viktor Órban, as eleições de domingo foram um sinal de união, referindo que os tempos que correm exigem “amigos que partilhem uma visão e uma abordagem comuns aos desafios da Europa”.​

Em Espanha, o líder do Vox Santiago Abascal sublinhou que “Giorgia Meloni mostrou o caminho para que uma Europa orgulhosa e livre de nações soberanas possa cooperar para a segurança e prosperidade de todos”.

O primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki limitou-se a celebrar: “Grande vitória! Parabéns!”.

Já em França, e ressalvando que não estava a comentar as escolhas democráticas dos italianos, a primeira-ministra francesa Elisabeth Borne lembrou, em declarações à RMC Radio, de que há certos valores a defender no seio da União Europeia, tais como o aborto e os direitos humanos.

Chega acredita que os “ventos de mudança” também vão chegar a Portugal

Em Portugal, o partido Chega saudou a vitória dos seus “congéneres europeus” e a “viragem à direita em Itália”, que diz abrir “caminho a uma verdadeira mudança de políticas em Itália e, ao mesmo tempo, a uma reconfiguração política da Europa”.

Num comunicado enviado aos jornalistas esta segunda-feira, o partido liderado por André Ventura afirma que os resultados obtidos nas eleições deste domingo são “um sinal claro” de que “os eleitores confiam cada vez mais nos partidos que defendem, sem reservas, a soberania dos seus povos, as suas tradições e valores civilizacionais, como é o caso do Chega”.

O partido, que é a terceira força política do país e que faz parte do grupo europeu de extrema-direita Identidade e Democracia, juntamente com a Liga de Matteo Salvini, mostra-se também seguro de que “estes ventos de mudança irão chegar a Portugal e que também os portugueses terão direito a virar a página”.

Ainda na nota, refere que espera que Giorgia Meloni e Matteo Salvini “consigam rapidamente formar governo e dar aos italianos uma solução governativa forte, estável e capaz de enfrentar os tempos duros que se avizinham”.

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