Vitor Hugo Meirelles é dos oito melhores sommeliers de cerveja do mundo

O sétimo campeonato mundial aconteceu em Munique, onde se destacou o suíço Giuliano Genoni. Na lista dos melhores, está um luso-brasileiro, sommelier da cerveja Nortada. “A cerveja artesanal também é gastronomia”.

Foto
“A cerveja artesanal também é gastronomia” DR

Decorreu em Munique a sétima edição do campeonato mundial de sommeliers de cerveja organizado a cada dois anos (desde 2009). Desta vez, foram 82 os participantes provenientes de 18 países distribuídos por quatro continentes que se juntaram para disputar o título de melhores na sua profissão. Portugal contou com dois representantes nesta fase final, Vitor Hugo Meirelles (Nortada) e Teresa Sampaio (Sagres).

Após a deliberação do júri, foi anunciado o novo campeão mundial, o suíço Giuliano Genoni, seguindo-se o austríaco Felix Schiffner e o holandês Léon Rodenburg.

Nesta final, refira-se, apenas a ordem dos três primeiros classificados é conhecida. Assim, o finalista nacional Vitor Hugo Meirelles, sommelier de cerveja da Nortada, no Porto, ficou entre os oito melhores do mundo.

“Muito orgulhoso” pela distinção, o luso-brasileiro sublinhou à Fugas a importância da participação neste tipo de eventos num momento de explosão em Portugal da cerveja artesanal, que teve o seu “start” em 2011 “com o nascimento da Sovina” e que “numa questão de dez anos viu nascer mais de cem marcas”. “A revolução da cerveja artesanal surgiu em Londres e o Brasil foi atingido na segunda metade dos anos 90. Levámos um avanço de uns bons 15 anos”, refere Meirelles, também responsável por “ensinar e instruir”. “Os portugueses cresceram muito ao nível de consumo e de conhecimento de vinho. Mas a cerveja artesanal também é gastronomia”.

Foto
O luso-brasileiro é um dos oito melhores do mundo DR

A primeira parte do campeonato consistiu em três provas distintas: identificação de estilos de cervejas (cada participante recebeu dez copos de cerveja e uma folha com trinta possibilidades; aqui, cada acerto vale dez pontos); 20 perguntas teóricas com resposta de escolha múltipla (história, produção, mercado, harmonização, etc) e identificação de off-flavours (defeitos de cerveja, uma série de “maldições”, como lhe chama Vitor Hugo Meirelles).

Terminadas estas rondas preliminares, os cinco melhores colocados, juntamente com os melhores colocados de língua inglesa, italiana e portuguesa, seguiram para a final, realizada no Centro de Exposições de Munique, na Alemanha, a 11 de Setembro.

Mesmo havendo uma vasta delegação com dez representantes do Brasil, e apenas dois representantes portugueses, o único classificado de língua portuguesa apurado para a final foi o luso-brasileiro, natural do Rio de Janeiro (foi gerente de vendas de cerveja artesanal na Ambev) e em Portugal há três anos (esteve mais de um ano no Gulden Draak).

Na final, realizada perante o público e o júri, cada sommelier recebeu uma cerveja, apenas revelada no momento, e dispôs de cinco minutos para abordar aspectos tais como a história da cerveja e da respectiva cervejeira, serviço da cerveja, análise sensorial e possíveis harmonizações com comida. Estas cervejas incluíam apenas marcas conhecidas internacionalmente, como Sierra Nevada Torpedo, La Trappe Quadrupel, Fullers ESB e Samuel Smith Imperial Stout.

Foto
Os finalistas do evento DR
Sugerir correcção
Ler 3 comentários