Zelensky apela a protestos dos russos contra mobilização: “Lutem! Fujam! Ou rendam-se”

Cerca de “55.000 soldados russos foram mortos nesta guerra em seis meses (...) Vocês querem mais? Não? Então protestem! Lutem! Fujam! Ou rendam-se” ao exército ucraniano, disse o Presidente ucraniano.

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"Vocês já são cúmplices de todos os crimes [do exército russo]", disse Zelensky EPA/LUDOVIC MARIN / POOL

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta quinta-feira aos russos que protestem contra a mobilização para a frente ucraniana anunciada pelo Kremlin ou que, por outro lado, “se rendam” às forças de Kiev.

Cerca de “55.000 soldados russos foram mortos nesta guerra em seis meses (...) Vocês querem mais? Não? Então protestem! Lutem! Fujam! Ou rendam-se” ao exército ucraniano, afirmou Zelensky, desta vez em russo, no tradicional discurso nocturno em vídeo.

“Estas são as vossas opções para sobreviver. Vocês já são cúmplices de todos os crimes [do exército russo], assassinatos e torturas de que os ucranianos são vítimas. Porque estão em silêncio! Porque ainda estão em silêncio”, acusou o líder ucraniano, argumentando que as autoridades de Moscovo estão a preparar uma mobilização que pode chegar ao milhão de homens.

“É hora de escolher. Para os homens na Rússia, é a escolha entre morrer ou viver, ficar incapacitado ou preservar a saúde. Para as mulheres na Rússia, a escolha é entre perder os seus maridos para sempre, os filhos, os netos ou tentar de qualquer maneira protegê-los contra a morte, contra a guerra, contra o único homem [o Presidente russo, Vladimir Putin]”, insistiu Zelensky.

Mais de 1300 pessoas foram presas na passada quarta-feira durante manifestações contra a mobilização improvisadas em toda a Rússia, segundo a organização não-governamental OVD-Info. O anúncio da mobilização também provocou um forte afluxo de russos que desejam deixar o país, com filas registadas nas fronteiras terrestres com vários países e nos aeroportos.

O Kremlin já desmentiu esse afluxo, considerando tratar-se de uma fenómeno “fortemente exagerado” pelos políticos e pela imprensa.

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