Quem quer vencer o Adamastor? Há um novo prémio para jovens cientistas

Prémio de apoio a ideias de jovens investigadores portugueses na área da electrónica, computação e tecnologias da informação e comunicação tem candidaturas abertas até ao final de Outubro.

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INESC tem desenvolvido vários projectos inovadores na área da automação, como é o caso deste robô industrial DR

O que é “Vencer o Adamastor”? Nas palavras do presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC), Arlindo Oliveira, é reconhecer o trabalho desenvolvido em Portugal e “ultrapassar o atraso sistemático” no sistema científico e tecnológico em Portugal. E é um novo prémio para jovens cientistas em território nacional.

A ideia é antiga – ou mesmo um “grito de guerra”, diz Arlindo Oliveira – e agora pretende dar visibilidade a projectos de jovens cientistas portugueses ou residentes em Portugal há pelo menos três anos nas áreas da electrónica, da computação e das tecnologias de informação e comunicação. O Prémio Vencer o Adamastor, resultado de uma parceria entre o INESC e o PÚBLICO, vai atribuir 20 mil euros a trabalhos inovadores nestas áreas.

“Queremos reconhecer a qualidade do trabalho desenvolvido em Portugal nestas áreas”, afirma Arlindo Oliveira. “São áreas com uma capacidade multiplicativa, que criam novas empresas, novas patentes, novos produtos.” Para o presidente do INESC é também uma mensagem: “[Os investigadores] não precisam de ir para o estrangeiro para verem o seu trabalho reconhecido.”

O intuito é dar visibilidade e condições para que os projectos sejam desenvolvidos em Portugal. “Estamos a premiar não só as ideias, mas o potencial de essas ideias levarem a novos produtos e desenvolvimentos”, afiança Arlindo Oliveira.

“[O PÚBLICO] é um jornal que concede uma grande importância à ciência. Gostamos de estar próximos das universidades e dos centros de investigação portugueses e, por arrastamento, dos seus cientistas”, nota Manuel Carvalho, director do PÚBLICO. “Participar neste prémio que é um incentivo aos jovens cientistas é um prazer e uma responsabilidade. E é também uma continuação daquilo que é uma marca distintiva do nosso jornalismo, que sempre teve um foco muito importante na ciência portuguesa.

O nome do prémio é também o ressuscitar de uma ideia com quatro décadas: tornar ideias em motor de desenvolvimento. “Nos anos 80, o país estava muito mais atrasado e isso era muito marcante. Na altura, lançou-se uma ideia, a ideia de vencer o Adamastor, que era este atraso sistemático tecnológico e científico da sociedade portuguesa. É uma ideia que continua a ser relembrada, e continua a ser um objectivo”, explica o presidente do INESC.

Esta não é a primeira parceria entre o PÚBLICO e o INESC, como recorda Manuel Carvalho. “Este é o resultado de um excelente espírito de parceria que temos há vários anos com o INESC. Já fizemos vários projectos de desenvolvimento jornalístico, como é o caso do P3”, lembra.

As candidaturas são individuais, para investigadores com menos de 40 anos e decorrem até dia 31 de Outubro de 2022. Os trabalhos podem ser submetidos em português ou inglês.

O regulamento do Prémio Vencer o Adamastor encontra-se disponível no site referente ao concurso.

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