Multidões congestionam Buckingham na véspera do funeral de Isabel II

Milhares de pessoas deixaram flores nos parques em torno do Palácio de Buckingham neste domingo, um dia antes do funeral da monarca que deverá ser a maior operação de segurança de sempre em Londres. Marcelo já foi prestar homenagem no Palácio de Westminster, onde o corpo de Isabel II se encontra em câmara ardente.

impar,londres,marcelo-rebelo-sousa,monarquia,isabel-ii,reino-unido,
Fotogaleria
Pessoas prestam homenagem no Green Park Reuters/SARAH MEYSSONNIER
impar,londres,marcelo-rebelo-sousa,monarquia,isabel-ii,reino-unido,
Fotogaleria
Pessoas prestam homenagem no Green Park Reuters/TOM NICHOLSON
impar,londres,marcelo-rebelo-sousa,monarquia,isabel-ii,reino-unido,
Fotogaleria
Pessoas prestam homenagem no Green Park Reuters/TOM NICHOLSON
impar,londres,marcelo-rebelo-sousa,monarquia,isabel-ii,reino-unido,
Fotogaleria
Pessoas prestam homenagem no Green Park Reuters/TOM NICHOLSON

Centenas de milhares de pessoas escolheram ir neste domingo, véspera do funeral de Isabel II, ao Palácio de Buckingham e aos parques envolventes, em Londres, causando longas filas e congestionamentos nos acessos a diversos pontos de homenagem à monarca.

Prevendo que na segunda-feira haverá “demasiada confusão e multidão”, Karen aproveitou o domingo para ir com a neta de 3 anos deixar flores no Green Park, na zona do “tributo floral” à rainha Isabel II de Inglaterra, criada pelas autoridades britânicas desde o dia da morte da monarca, a 8 de Setembro, aos 96 anos.

A área para deixar flores, maior do que um campo de futebol, está a cerca de 350 metros do Palácio de Buckingham, mas polícias e seguranças avisaram Karen, ao final da manhã, de que eram precisos 45 minutos a andar para chegar aos portões, dado o número de pessoas, as restrições de acesso a várias áreas dos parques e as inúmeras vedações colocadas para organizar as multidões e evitar sobrelotação em alguns pontos.

Centenas de seguranças vão dando instruções com megafones e foram instalados ecrãs que vão avisando, logo à saída das estações de metro e em outros pontos, que as pessoas estão a tentar aceder a uma zona congestionada que obriga a longa espera.

Em toda a zona são já visíveis também as vedações e outra logística que vai permitir a organização das multidões que previsivelmente vão querer, na segunda-feira, aceder aos pontos de passagem do cortejo fúnebre da rainha Isabel II.

A rede ferroviária programou cerca de 250 comboios adicionais, enquanto no aeroporto de Heathrow, o maior da capital, mais de uma centena de voos será cancelada para evitar que o ruído dos aviões perturbe os serviços fúnebres na Abadia de Westminster, de manhã, e no Castelo de Windsor, à tarde.​

Pessoas preparam-se para passar a noite num dos pontos de passagem do cortejo fúnebre EPA/Tolga Akmen
Pessoas preparam-se para passar a noite num dos pontos de passagem do cortejo fúnebre Reuters/TOM NICHOLSON
Fotogaleria
Pessoas preparam-se para passar a noite num dos pontos de passagem do cortejo fúnebre EPA/Tolga Akmen

Segundo a polícia, foram ou serão ainda instalados nas próximas horas mais de 36 quilómetros de barreiras no centro de Londres, onde se esperam centenas de milhares de pessoas, que foram avisadas de que não será permitido pernoitar nos pontos de acesso aos locais onde vai passar o cortejo, nem nas imediações.

As autoridades revelaram em que pontos do cortejo poderá haver público, mas avisaram que os acessos serão controlados e cada área terá uma capacidade máxima, alertando que todas as cerimónias serão transmitidas na televisão e que haverá também um espaço no Hyde Park, um dos maiores parques de Londres, com ecrãs gigantes. A polícia assegurou que os movimentos de multidões em Londres serão constantemente monitorizados, para evitar esmagamentos ou pessoas empurradas.

A maior operação de segurança de sempre em Londres​

O funeral da rainha Isabel II de Inglaterra será a maior operação de segurança de sempre em Londres, com a maior reunião de líderes mundiais em décadas e, num dia que será feriado nacional, a previsão de enormes multidões nas ruas. As autoridades policiais e da cidade dizem que a operação é maior do que a dos Jogos Olímpicos de 2012 e do que a do fim-de-semana do Jubileu de Platina, a celebração dos 70 anos de reinado de Isabel II, no início de Junho.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, a polícia de Londres foi reforçada com agentes de todas as 43 forças policiais de Inglaterra e País de Gales. Foram também mobilizados soldados dos vários ramos das Forças Armadas, nomeadamente Exército, Força Aérea e Marinha, e centenas de trabalhadores para prestar assistência nas ruas.

“Este funeral não tem precedentes. É o maior encontro de líderes mundiais em décadas e, em cima disso, existem centenas de milhares, se não milhões de pessoas que vêm prestar homenagem”, afirmou.

O funeral de Estado, o primeiro em Londres desde a morte do primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, terá lugar na Abadia de Westminster às 11h (mesma hora em Lisboa), perante dois mil convidados, incluindo líderes internacionais, membros de famílias reais de todo o mundo, outras personalidades e populares condecorados por serviço à comunidade. Mais de dois mil agentes de todo o país foram recrutados para ajudar a Scotland Yard.

Marcelo prestou homenagem

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou homenagem neste domingo à rainha Isabel II no Palácio de Westminster, em Londres, onde o corpo se encontra em câmara ardente.

Ao chegar ao balcão onde os representantes oficiais dos países são encaminhados pelos assistentes parlamentares, o Presidente português desceu ao nível do chão para se aproximar mais e benzeu-se ao passar junto ao caixão, perto do público e dos guardas. O chefe de Estado foi acompanhado pelo embaixador de Portugal em Londres, Nuno Brito, e pela chefe do Protocolo de Estado, embaixadora Clara Nunes dos Santos.

De seguida, o Presidente vai assinar o Livro de Condolências oficial em Lancaster House antes de participar numa recepção no Palácio de Buckingham oferecida pelo rei Carlos III aos líderes internacionais que viajaram para presenciar as cerimónias fúnebres com honras de Estado na segunda-feira.

Horas de espera para ver o corpo

Isabel II morreu a 8 de Setembro aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos no trono, o mais longo reinado da história do Reino Unido.

Foto
No Palácio de Westminster, em Londres, onde o corpo de Isabel II se encontra em câmara ardente Reuters/POOL

Milhares de pessoas esperaram até 24 horas nos últimos dias para entrar no salão onde está actualmente a urna de Isabel II e prestar uma última homenagem, formando uma fila que chegou aos 16 quilómetros. Actualmente o tempo de espera é de 13 horas e as autoridades estão a considerar encerrar a entrada de mais pessoas porque o acesso ao velório fecha às 6h30 de segunda-feira.

O caixão será levado para a abadia às 10h44, sendo que antes, chefes de Estado e de Governo, famílias reais e outros convidados serão levados para o local em “transportes colectivos”.

Após o funeral, haverá dois minutos de silêncio na Abadia de Westminster e em todo o país e a urna com a monarca passará em cortejo por ruas de Londres, incluindo pelo Palácio de Buckingham, antes de seguir para Windsor, onde será depositada, durante um evento privado reservado à família, no local onde estão sepultados os pais e a irmã de Isabel II e para onde serão transferidos também os restos mortais do marido, príncipe Filipe, que morreu aos 99 anos em 2021.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários