O vinho certo, com a sommelière Elisabete Fernandes

Às portas do Outono, a directora de vinhos do hotel The Yeatman – que se orgulha de deter a maior cave de vinhos portugueses do mundo – apresenta algumas pistas para casar Verdes com a estação que acaba de chegar.

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Que vinho sugere para o Verão que está a terminar?

Pessoalmente, fecharia o Verão com um espumante, a título de celebração. O Sem Igual, da sub-região de Amarante, com os seus azais e arintos fora da caixa, é um espumante muito interessante: complexo, delicado, de bolha fina. Está bastante equilibrado, acima de tudo. Ou então um rosé, o Soalheiro Rosé.

E para quando os dias começarem a arrefecer?

Um branco Casa do Capitão-Mor Sobre Lías, com estágio de dois anos e dez meses em borras finas. É um vinho com uma abordagem mais complexa ao estilo alvarinho. Tem também a particularidade do storytelling, do solo de calhau rolado, que é muito interessante. É uma subida de patamar no que respeita à complexidade que se procura quando o Outono começa a chegar – saímos de brancos leves, frescos, mais aromáticos, e este traz precisamente uma complexidade adicional.

Para terminar: Um Verde que vá bem com castanhas?

O Anselmo Mendes Pardusco é uma aposta vencedora. Seja o “normal”, seja o Private – o meu preferido, pela história que o envolve: é um 100% alvarelhão, feito segundo as tradições portuguesas. Falando de tradição, no São Martinho, procura-se para as castanhas um vinho mais leve, mais ligeiro, boa acidez, pouco álcool – e todos esses pontos são cumpridos por ambos os Parduscos. Em termos de idade, depende do gosto de cada um: quem preferir a fruta e um estilo mais vibrante, deve optar por um mais jovem. Caso tenha algum tempo, descobre-se sensações totalmente diferentes e o vinho está absolutamente incrível. Evolui muito bem.

* Depoimento recolhido e editado por João Mestre


Este artigo foi publicado no n.º 6 da revista Singular.

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