Tutela imposta pelo pai de Britney Spears “salvou-a”, diz ex-marido da princesa da pop

Numa entrevista ao 60 Minutos Austrália, Kevin Federline garantiu que nunca esteve envolvido no processo que retirou o direito à autodeterminação da mãe dos seus dois filhos.

Foto
Britney Spears e Kevin Federline casaram-se em 2004 Reuters/Steve Marcus (arquivo)

Quando a relação entre Britney Spears e Kevin Federline se tornou pública, em 2004, os fãs da cantora não se mostraram encantados. Mas a parceria parecia perfeita, testemunha Federline: "Éramos inseparáveis. Tudo era espantoso. Era realmente... era espantoso. Até que não era”.

Um casamento, dois filhos, um divórcio intempestivo e muitas discussões depois, os fãs dizem, agora, que estavam certos na época ao desconfiarem das intenções do dançarino e rapper que chegou a ambicionar ser estilista. Tudo por causa de uma entrevista ao 60 Minutos Austrália, transmitida neste domingo, ao longo da qual Federline se recusa a condenar a tutela a que a ex-mulher foi sujeita.

Questionado sobre se o pai de Britney, Jamie Spears, tomou a decisão certa ao pedir a tutela, tomando controlo sobre os aspectos pessoais e financeiros da vida da cantora, Federline disse que, na altura, sim. “Sinto que ele [Jamie Spears] a salvou naquela altura”, avaliou Federline durante a conversa.

De acordo com o ex-marido de Spears, a tutela foi necessária para que Britney não se perdesse numa altura em que se encontrava sem controlo sobre a sua vida e a sua carreira.

No fim de 2007, um ano após a separação do rapper, Britney estava em espiral descendente, com o consumo abusivo de álcool e estupefacientes, noitadas (com a amiga Paris Hilton), escândalos e até crimes: foi condenada por conduzir sem carta e por ter batido e fugido, causando danos materiais. Na época, o comportamento errático e as suspeitas de negligência levaram o tribunal a ceder a guarda das crianças ao ex-marido, ficando Britney com direito a visitas monitorizadas.

Até que, no arranque de 2008, a polícia foi chamada à residência da cantora pelo facto de esta se recusar a entregar as crianças ao pai. A artista foi levada de ambulância para um centro clínico e as autoridades consideraram que ela estaria sob a influência de uma qualquer substância ilícita. No dia seguinte, os direitos de visita da cantora aos filhos foram suspensos numa audiência de emergência e a custódia física e legal dos menores foi concedida a Federline.

Dias depois, a cantora recebeu alta. Mas os pais trataram de impedir que Spears continuasse sem vigilância. A 31 de Janeiro de 2008, Britney era levada, numa aparatosa operação que envolveu mais de uma dúzia de operacionais e até dois helicópteros, para o Centro Médico UCLA para avaliação psiquiátrica.

No dia seguinte, o pai foi nomeado tutor e curador provisório da filha, enquanto os bens desta passaram a ser geridos em conjunto pelo progenitor e pelo advogado Andrew Wallet. Poucos meses depois, a decisão foi tornada permanente, tendo-se mantido inalterada até 2019, altura em que Wallet se demitiu e Jamie Spears se tornou o único curador de um património avaliado, nesse ano, em 60 milhões de dólares.

Apesar de considerar que os avós dos filhos tomaram a atitude certa, Federline ressalvou que não esteve envolvido em nenhum aspecto relativo à tutela. “Não estive envolvido em nenhum dos pormenores relativos à tutela. Não sei. Eles estavam preocupados com a filha e tentavam fazer tudo o que podiam para a ajudar. Era tudo o que eu sabia.”

O rapper considera, porém, que “​talvez a tutela tenha demorado um pouco demais”, afirmando que os dois filhos, Sean, de 16 anos, e Jayden, de 15, ficaram felizes quando a mãe conseguiu pôr um ponto final à situação. No entanto, recusa-se a alinhar com as críticas aos ex-sogros, sublinhando o importante que é para os seus filhos terem uma relação próxima com os avós.

Britney Spears, de 40 anos, recuperou o controlo sobre a sua vida, em Novembro de 2021, quando o tribunal deliberou que a tutela da pessoa e do património da princesa da pop “já não era necessária”, depois de a situação em que vivia ter sido denunciada num documentário do New York Times. A cantora condenou o que veio a público, mas isso não impediu que o movimento viral #FreeBritney crescesse, com fãs que acreditavam que a estrela estava na situação contra a sua vontade — algo que a própria acabaria por admitir.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários