Bloco de partos da Maternidade Alfredo da Costa já não fecha e vai funcionar em pleno este mês

Serviço de urgência da maternidade está a funcionar normalmente. Há vários outros hospitais com previsão de constrangimentos ao longo desta semana: pelo menos os de Almada, Amadora, Loures, Santarém e Abrantes.

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Rui Gaudencio

O bloco de partos da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) já não vai fechar como chegou a estar previsto e funcionará em pleno até ao final deste mês, garantiu esta terça-feira o director da área de ginecologia e obstetrícia da instituição, Ricardo Mira.

A TSF tinha anunciado que o bloco de partos da MAC (que integra o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central) iria estar fechado das 21h desta terça-feira até às 9h de sexta-feira e a informação neste sentido chegou a estar disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na plataforma criada para informar as grávidas sobre os planos de contingência que várias maternidades do país estão a adoptar devido às dificuldades em completar escalas de urgências por falta de médicos. O bloco de partos da MAC esteve fechado durante algumas horas no fim-de-semana.

Mas, entretanto, foi possível colmatar as falhas das escalas, pedindo aos médicos que até à data tinham feito menos horas extraordinárias que ajudassem a ultrapassar os constrangimentos, explicou Ricardo Mira, que assegurou que até ao final de Agosto “a MAC vai funcionar em pleno”, graças “ao grande esforço dos profissionais”. Quanto ao mês de Setembro, esse “está bem composto” do ponto de vista das escalas de urgência.

Teresinha Simões, coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia da MAC, acrescentou que, apesar de os médicos internos terem um limite de 150 horas extraordinárias até final de Dezembro, em Julho muitos já tinham ultrapassado as 300 e 400. “Todos são novos e têm filhos pequenos”, enfatizou.

Apesar de estar em situação de contingência, nas últimas 24 horas a MAC fez 12 partos vindos do exterior, mas, nos casos não considerados urgentes, as grávidas foram referenciadas para os cuidados de saúde primários, explicou.

Como solução a longo prazo, Teresinha Simões defendeu que é necessário contratar mais médicos. “Estamos todos [no SNS] com um número inferior ao ideal e vários médicos, mesmo numa faixa etária acima 50 anos, é com muito boa vontade que continuam a fazer urgências. O SNS não pode funcionar à conta de inúmeras horas extras. Significa que está subdimensionado para as necessidades”.

Maternidades com limitações

Segundo o site do SNS consultado pelo PÚBLICO na manhã desta terça-feira há vários hospitais que, previsivelmente, vão funcionar com limitações durante esta semana - pelo menos os de Almada, Barreiro, Amadora, Loures, Santarém e Abrantes. Mas convém consultar a plataforma porque pode haver actualizações.

No Hospital Garcia da Orta (Almada), o bloco de partos e o serviço de urgência funcionam com constrangimentos na sexta-feira (estão apenas abertos das 00h às 08h), no sábado (abertos das 8h às 20h) e na segunda-feira (abertos das 8h às 00h).

No Hospital do Barreiro, o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia está aberto na quarta-feira entre as 00h e as 21h e, na quinta-feira, entre as 9h e as 00h, enquanto o bloco de partos apenas funciona entre as 00h e as 9h de quarta-feira, as 9h e as 00h de quinta-feira e 21h e as 0h de sexta-feira. No domingo, também haverá limitações - está aberto entre as 00h e as 9h e entre as 21h e as 00h.

No Hospital Beatriz Ângelo (Loures) está igualmente previsto o encerramento temporário ao exterior no bloco de partos e no serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia entre amanhã e sexta-feira: durante estes três dias funciona apenas das 00h às 8h e reabre das 20h às 00h.

Já o Hospital Fernando Fonseca (Amadora) terá horário normal menos no bloco de partos na próxima segunda-feira - estará aberto apenas das 20h às 00h.

No Hospital de Santarém, os dois serviços funcionam com constrangimentos na quarta, abrindo das 00h às 08h30, e na sexta, estão abertos ao exterior das 8h30 às 00h. No sábado, o bloco de partos funciona das 0 às 8h30 e, no domingo, das 8h30 às 0h00.

O Hospital de Abrantes antecipa constrangimentos nos dois serviços na quarta (abre das 21h às 00h) e no domingo (abre das ooh às 9h).

No início deste mês, os médicos internos de Ginecologia/Obstetrícia enviaram uma carta à ministra da Saúde (com cerca de 100 assinaturas) e, na semana passada, reiteraram a indisponibilidade para fazer mais de 150 horas extraordinárias por ano, tendo apresentado minutas de escusa de responsabilidade para quando não estão assegurados os mínimos considerados adequados nas escalas de urgência.

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