Fogo na serra da Estrela dominado em 90% do perímetro

O incêndio tem uma frente activa no distrito de Castelo Branco, na Covilhã, entre a Quinta da Atalaia, Teixoso e Orjais. De acordo com as autoridades, o vento tem vindo a aumentar de intensidade desde a madrugada e será “um inimigo”.

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Orjais, Serra da Estrela, esta terça-feira ADRIANO MIRANDA

O incêndio que lavra na serra da Estrela tem 90% do perímetro dominado, de acordo com a Protecção Civil, sendo a frente activa na Covilhã, distrito de Castelo Branco, a que causa “maior preocupação”.

“Neste momento 90% do perímetro do incêndio encontra-se dominado, sendo que existem 10% por dominar. O incêndio tem uma frente activa no distrito de Castelo Branco, na Covilhã, entre a Quinta da Atalaia, Teixoso e Orjais, sendo a frente que nos preocupa mais”, disse em conferência de imprensa o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras (Lisboa). De acordo com André Fernandes, é nesta frente que existe “a maior concentração de meios”.

O comandante nacional fez pelas 12h um ponto de situação sobre o incêndio rural que deflagrou o dia 6 de Agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, e se alastrou para outras zonas da serra da Estrela. André Fernandes adiantou também que a frente no concelho da Guarda “apresenta vários pontos quentes, com oportunidades de abertura de incêndio caso haja reactivações”. Por isso, alertou, existe uma “grande atenção e monitorização dos meios” para evitar reactivações e “janelas de oportunidade para o fogo progredir”.

Orjais, na Covilhã, e Famalicão da Serra, já no concelho da Guarda, eram, por volta das 10h30, os pontos quentes mais preocupantes no incêndio.

“A zona a norte de Orjaiz, que é uma das portas de saída, onde estamos a concentrar meios e grande parte dos meios aéreos - são já dez aeronaves que estão a operar neste teatro de operações -, e, já no concelho da Guarda, próximo de Famalicão [da Serra], onde também já temos meios a actuar e estamos a efectuar reposicionamento de meios. São estes pontos quentes que, com o vento que vamos ter ao longo de todo o dia, poderão obrigar-nos aqui a ter uma maior atenção”, afirmou, num balanço feito pelas 10h30, o comandante regional de Emergência e Protecção Civil do Comando Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, Elísio Oliveira.

De acordo com o responsável, o vento tem vindo a aumentar de intensidade desde a madrugada e será “um inimigo” devido às projecções que poderá fazer a partir destes pontos quentes. O trabalho realizado durante a noite resultou de forma “muito satisfatória, quer através do trabalho efectuado pelas máquinas de rasto, quer com as equipas apeadas que evoluíram até onde foi possível, quer pelas viaturas que efectuaram o combate directo”, acrescentou.

Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), cerca das 13h, combatiam o incêndio que há mais de uma semana lavra na Serra da Estrela 1250 operacionais, apoiados por 390 viaturas, além de 14 meios aéreos.

Fogo dominado nos próximos dois dias

Este fogo teve início no dia 6 em Garrocho, no concelho da Covilhã, e foi dado como dominado no sábado, mas sofreu uma reactivação na segunda-feira.

Num briefing às 19h de terça-feira, o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, disse que esperava ter o incêndio na serra da Estrela dominado nos próximos dois dias, aproveitando a “janela de oportunidade” criada pelo desagravamento das condições meteorológicas, previsto a partir da madrugada passada. “Contamos conseguir dar o incêndio como dominado nos próximos dois dias”, disse André Fernandes, na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras (Lisboa).

Na tarde de terça-feira, dois bombeiros ficaram feridos na sequência de um acidente rodoviário perto de Sarzedo, Covilhã, no distrito de Castelo Branco. De acordo com a ANEPC, tratou-se de um acidente com um “veículo tanque” de combate a incêndios, pertencente aos Bombeiros Voluntários de Carnaxide (concelho de Oeiras, distrito de Lisboa), que terá resvalado e tombado.

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