Inflação: Bloco diz que é “urgente defender” as pessoas e PCP pede valorização dos “rendimentos”

Em reacção à subida da inflação para 9,1% em Julho, o bloquista Pedro Filipe Soares insiste que é preciso “taxar os lucros abusivos, controlar os preços de energia e bens essenciais, e aumentar salários”, enquanto o comunista Bernardino Soares afirma que aumento mostra “realidade fortíssima, que tem de ser resolvida”.

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Pedro Filipe Soares, deputado e líder parlamentar do Bloco de Esquerda LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Bloco de Esquerda e o PCP já reagiram ao aumento da taxa de inflação que, em Julho, se fixou em 9,1%. O Bloco considerou esta quarta-feira que é “urgente defender as pessoas” perante a taxa de inflação “mais elevada dos últimos 30 anos”, acusando o executivo de “aumentar a colecta fiscal” e de “recusar taxar os abusos nos preços”, ao passo que o PCP nota que esta subida “só confirma que o aumento do custo de vida para as populações continua a ser uma realidade fortíssima, que tem de ser resolvida”.

Numa publicação na rede social Twitter, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, reagiu ao anúncio do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), segundo o qual a taxa de inflação atingiu em Julho os 9,1%, a mais elevada desde Novembro de 1992.

Pedro Filipe Soares sublinha que a “inflação continua a bater recordes, em Julho foi a mais elevada dos últimos 30 anos”, sendo “urgente defender as pessoas”. O líder parlamentar do BE defende que as “soluções para evitar perda de poder de compra” passam por “taxar os lucros abusivos, controlar os preços de energia e bens essenciais, e aumentar salários”.

Deixando críticas ao executivo de António Costa, Pedro Filipe Soares afirma que “o Governo garantia que a inflação seria temporária, aceita a perda generalizada de rendimentos e a desvalorização de salários, aumenta a colecta fiscal com a inflação, mas não apoia a economia, recusa taxar os abusos nos preços”. “Não é um Governo, é um desgoverno”, refere.

Por sua vez, Bernardino Soares, membro do Comité Central comunista, afirmou, em conferência de imprensa, que para se resolver o aumento do custo de vida, é necessário, em primeiro lugar, “valorizar rendimentos – os salários e as reformas –, como o PCP tem vindo a propor e o Governo tem vindo a rejeitar”.

O comunista sustentou também que é necessário controlar “alguns dos factores que mais contribuem para essa subida da inflação”, e designadamente ao agir sobre os preços em “matéria de energia e combustíveis, e também nos bens alimentares essenciais”.

Para Bernardino Soares, esses preços “podem ser regulados e controlados de outra forma”, “impedindo especulações que estão a existir, que se reflectem nos lucros das grandes empresas, da grande distribuição e do sector energético, e que também se reflectem na carteira dos portugueses”.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 9,1%, em Julho, taxa superior em 0,4 pontos percentuais à observada no mês anterior e a mais elevada desde Novembro de 1992, confirmou o INE.

Nesta conferência de imprensa, Bernardino Soares foi ainda questionado sobre as críticas que têm sido feitas a artistas que irão participar na Festa do Avante, devido à posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia. O membro do Comité Central do PCP recusou responder directamente à questão, afirmando que “a Festa do Avante vai ser, este ano, mais uma vez um grande evento político-cultural, onde a liberdade artística continua a ser uma presença constante na diversidade das expressões artísticas que ali estão, e este ano também estarão certamente, com grande sucesso”.

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