Olivia Newton-John, a cantora de Physical e actriz do musical Grease - Brilhantina, morreu na manhã desta segunda-feira. Tinha 73 anos e a notícia foi dada nas redes sociais da própria pelo marido, John Easterling, com quem era casada desde 2008, que adiciona que Newton-John morreu no seu rancho no sul da Califórnia “rodeada de família e amigos”.

A nota de óbito menciona também os problemas com o cancro da mama, que teve pela primeira vez no início dos anos 1990 e voltaram em 2017.

“A Olivia tem sido um símbolo de triunfos e esperança ao longo de mais de 30 anos a partilhar a sua jornada com o cancro da mama”, escreveu o marido, mencionando e pedindo, a haver doações em sua memória, para irem para o fundo Olivia Newton-John Foundation Fund, que pretende pesquisar as ligações entre o cancro e medicamentos vegetais.

Newton-John nasceu em Cambridge, Inglaterra, em 1948, mas cedo se mudou para Melbourne, na Austrália, onde cresceu. Começou a cantar em adolescente e gravou o primeiro single em Inglaterra aos 1966. Mudando-se para os Estados Unidos, teve o primeiro êxito, If not for you, tirado do álbum homónimo, uma canção de Bob Dylan que George Harrison já tinha gravado no clássico All Things Must Pass, em 1971. Também teve um bem-sucedido sucessor em Banks of the Ohio, que chegou ao 25.º lugar dos tops pop americanos.

Sempre com uma toada country, voltou aos tops em 1973 com Let me be there, que lhe valeu o primeiro Grammy, para Melhor Performance Vocal Feminina Country. No ano seguinte, ganhou o prémio de cantora do ano da CMA, a Country Music Association, vencendo lendas do género como Dolly Parton ou Loretta Lynn. Foi nesse mesmo ano de 1974 que representou a Inglaterra na Eurovisão, cantando Long Live Love. Ficou em quarto lugar (ganharam os ABBA e o seu Waterloo).

Depois de uma experiência falhada no cinema no início da década com Toomorrow, de Val Guest, protagonizou, ao lado de John Travolta, Grease - Brilhantina, de Randal Kleiser, a adaptação do musical de palco homónimo de 1971 saída em 1978.​ No filme, era Sandy, a adolescente inocente (australiana como ela, algo que foi mudado quando ela recebeu o papel) da década de 1950 que se apaixonava por um durão no Verão, e depois os papéis invertiam-se. A banda sonora gerou vários êxitos. O seu filme seguinte foi o flop Xanadu, de Robert Greenwald, outro musical que a viu colaborar com os Electric Light Orchestra, de Jeff Lynne, na canção que lhe dá o nome e lhe trouxe o êxito Magic, canção que voltaria a gravar e a pôr nas tabelas em 2015, ao lado da sua única filha, Chloe Lattanzi.

Ainda voltou a fazer um filme ao lado de Travolta, Milagre de Amor, de John Herzfeld, em 1983​, mas não teve grande sucesso. A colaboração com Travolta manteve-se ao longo de várias décadas: há dez anos lançaram juntos o disco de Natal This Christmas​.

Foi em 1981 que chegou o seu maior êxito, Physical, que mostrava, até no teledisco, uma imagem mais rebelde do que aquela que tinha cultivado na sua carreira, e que chegou a ser, pela letra sugestiva, banido de algumas rádios e mercados. Ficou dez semanas no número 1 da Billboard. O single seguinte, Make a move on me, foi o seu 12.º e derradeiro a chegar a disco de ouro.