Mercadorias e combustível voltaram a entrar na Faixa de Gaza

Depois de 44 mortos palestinianos, cessar-fogo chegou à Faixa de Gaza no domingo à noite com mediação do Egipto.

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O cessar-fogo na Faixa de Gaza foi acordado na noite de domingo, permitindo que esta segunda-feira a vida na Faixa de Gaza regressasse um pouco à normalidade IBRAHEEM ABU MUSTAFA/Reuters

A entrada de mercadorias na Faixa de Gaza foi retomada esta segunda-feira, horas depois do início de uma trégua entre Israel e a Jihad Islâmica, noticiou a agência francesa AFP. Um camião com combustível entrou na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom, no sul.

O acordo foi alcançado no domingo à noite, e pôs fim a três dias de hostilidades que provocaram 44 mortos entre os palestinianos.

A trégua, após mediação do Egipto, entrou em vigor meia hora antes da meia-noite (menos duas horas em Portugal continental), e a situação na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza permaneceu calma desde então, segundo a agência espanhola EFE.

“Durante a noite, realizámos avaliações relativas aos próximos passos a serem dados para um regresso gradual à rotina, mantendo-nos alerta e preparados para quaisquer mudanças na situação actual”, afirmou o Exército israelita.

Também foi anunciada a reabertura dos postos fronteiriços entre Israel e Gaza, tanto para pessoas e bens, como para “fins humanitários”. A reabertura das passagens permitirá, entre outras coisas, a entrada em Gaza da ajuda humanitária e do combustível necessário para reiniciar a única central eléctrica do enclave.

A central foi encerrada no sábado devido à falta de combustível, deixando os residentes da Faixa de Gaza com apenas quatro horas de energia por dia, sob a ameaça de corte nos serviços básicos, tais como cuidados médicos.

Israel anunciou também o reinício do tráfego ferroviário na área próxima da Faixa de Gaza e permitiu que os israelitas que vivem nas localidades limítrofes do enclave palestiniano deixassem os abrigos.

As duas partes disseram que iriam respeitar o acordo, mas que responderiam a qualquer agressão.

O Exército israelita justificou a operação que lançou na sexta-feira como um “ataque preventivo” contra a Jihad Islâmica, por receio de represálias após a detenção de Bassem al-Saadi a 1 de Agosto na Cisjordânia.

No ataque israelita, foram mortos os principais líderes militares da Jihad Islâmica em Gaza, Tayssir Al-Jabari e Khaled Mansur, juntamente com vários combatentes do grupo. A morte dos líderes militares foi confirmada pelo grupo palestiniano.

Nos últimos dias, cerca de 40 membros da Jihad Islâmica foram detidos pelas forças israelitas na Cisjordânia.

Tratou-se do pior confronto na região desde Maio de 2021, quando combates entre o exército israelita e o Hamas provocaram 260 mortos do lado palestiniano e 14 mortos do lado israelita em 11 dias.

O Departamento de Estado norte-americano declarou-se “profundamente grato pelos incansáveis esforços do Egipto para ajudar a mediar este acordo” de cessar-fogo.

“Também elogiamos os importantes papéis desempenhados nos últimos dias pelo Qatar, pelo enviado especial da ONU [Tor] Wennesland, pela Jordânia e pela Autoridade Palestiniana”, lê-se no comunicado, que refere igualmente: “A nossa equipa trabalhou ininterruptamente com as partes [em conflito] para obter este resultado”.

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