Indiana é o primeiro estado dos EUA a restringir aborto na era pós-Roe vs Wade

A iniciativa foi aprovada pelos republicanos, que detêm uma maioria no estado norte-amerciano. A lei deverá entrar em vigor a 15 de Setembro, mas prevê excepções para casos de violação, incesto e anomalias no feto.

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Manifestantes do direito ao aborto manifestam-se na cidade de Indianápolis, no Indiana Reuters/CHENEY ORR

Indiana tornou-se no primeiro estado norte-americano a aprovar um projecto de lei que restringe o aborto após o Supremo Tribunal ter anulado o acórdão Roe vs Wade de 1973 que protegia o direito a nível federal.

A iniciativa passou em ambas as câmaras da legislatura e foi agora enviada para o gabinete do governador republicano de Indiana, Eric Holcomb, para proclamação da lei.

A lei deverá entrar em vigor a 15 de Setembro. Nessa altura, Indiana juntar-se-á a outros nove estados norte-americanos com leis que proíbem quase totalmente o aborto, segundo o Guttmacher Institute, um instituto de investigação dos direitos reprodutivos.

A iniciativa foi rejeitada em bloco pelos democratas, mas pôde ser aprovada porque os republicanos detêm uma maioria em Indiana, um estado onde 72% da população é cristã, de acordo com o Pew Center.

A leu prevê excepções para casos de violação, incesto e também quando o feto apresente anomalias que impossibilitam a sua sobrevivência, ou em que a vida da mãe está em perigo. Até agora, o aborto era legal em Indiana até às 22 semanas de gestação.

No final de Junho, a maioria conservadora do Supremo Tribunal anulou Roe vs Wade, pondo fim à protecção federal para o aborto e dando aos estados permissão para estabelecerem as próprias regras. Até agora, nenhum estado tinha aprovado nova legislação para restringir o aborto: Indiana é o primeiro.

A decisão surge depois de os eleitores do estado do Kansas terem sido chamados a participar esta semana num referendo, no qual, de forma esmagadora, votaram a favor da manter intacto o direito ao aborto, numa estrondosa derrota para os conservadores.

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