China avança com sanções contra Nancy Pelosi

O Ministério dos Negócios Estrangeiro da China considera que a visita de Pelosi a Taiwan colocou em causa a “soberania” chinesa sobre este território, e anunciou a aplicação de sanções contra ela e a sua família. Ainda não foram avançadas quais serão as medidas adoptadas.

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Ainda não são conhecidas as sanções que Pequim pretende aplicar a Nancy Pelosi Reuters/ISSEI KATO

A China anunciou, esta sexta-feira, que vai impor sanções não especificadas à presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, na sequência da sua visita de terça-feira a Taiwan, território que Pequim considera fazer parte do país.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China alega que Nancy Pelosi não teve consideração pelas preocupações da China e pela oposição absoluta à sua visita à ilha, tornando-se a mais alta autoridade norte-americana a visitar a ilha autónoma em 25 anos.

O Governo chinês já tinha dito que Taiwan, enquanto território chinês, não pode ter os seus próprios compromissos com governos estrangeiros.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês referiu-se ainda à visita de Nancy Pelosi como tendo “sido provocativa” e sublinhou que o evento “minou a soberania e a integridade territorial da China”. Por isso, argumentou aquele ministério, foi decidido impor sanções a Pelosi e à sua família de forma imediata, ainda que não tenham sido avançadas medidas concretas.

Este tipo de sanções é, geralmente, de natureza simbólica.

A China anunciou também ter convocado os diplomatas europeus no país para protestar contra declarações emitidas pelo G7 (Grupo dos sete países mais industrializados) e pela União Europeia a criticar os exercícios militares chineses ameaçadores perto de Taiwan, o que considera ser “uma interferência devassa nos assuntos internos da China”.

Pequim enviou navios da Marinha e aviões de guerra e lançou mísseis no Estreito de Taiwan em resposta à visita de Nancy Pelosi a Taipei. Cinco dos mísseis disparados pela China caíram na Zona Económica Exclusiva do Japão, atingindo Hateruma, uma ilha ao sul do país, como afirmou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi.

De acordo com o ministro, o Japão protestou, classificando os disparos como “sérias ameaças à segurança nacional do Japão e à segurança do povo japonês”.

Pequim reclama soberania sobre Taiwan e considera o território como uma província separatista, desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

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