Nancy Pelosi: “Não vamos abandonar Taiwan”

Presidente da Câmara dos Representantes norte-americana reuniu-se com deputados taiwaneses e com a Presidente da ilha, a quem prometeu ajuda para “preservar a democracia”.

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O que incomodou Pequim na visita de Pelosi a Taiwan? Joana Gonçalves

A visita de Nancy Pelosi a Taiwan começou esta quarta-feira com uma declaração da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ao Parlamento local, onde justificou a viagem: “A nossa delegação veio a Taiwan para deixar inequivocamente claro que não vamos abandonar Taiwan.”

Pelosi, cuja chegada à ilha permaneceu uma incógnita até ao momento em que desceu do avião na terça-feira à noite (tarde em Portugal), disse que “hoje, mais do que nunca, a solidariedade da América para com Taiwan é crucial”.

A China reagiu à presença da speaker americana na ilha – a primeira em 25 anos – com o anúncio de exercícios militares no espaço aéreo e marítimo em redor de Taiwan, com a suspensão de importações agrícolas a partir do território autónomo e chamando de urgência o embaixador dos Estados Unidos em Pequim.

Indiferente às ameaças chinesas, Nancy Pelosi reuniu-se com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e repetiu, numa conferência de imprensa que se seguiu, que “é importante que a mensagem fique clara”, isto é, que os Estados Unidos “se comprometem com a segurança de Taiwan”. “Se isto provoca insegurança no Presidente da China em relação à sua própria situação política já não sei”, acrescentou Pelosi.

A ilha de Taiwan, ou Formosa, é governada de forma autónoma desde 1949, quando para lá se mudou o Governo de Chianng Kai-shek em fuga às forças comunistas de Mao Tsetung. Desde 1979 que os Estados Unidos reconhecem oficialmente a República Popular da China e não a República da China (Taiwan), mas uma lei americana obriga Washington a fornecer meios ao território para que este se possa defender militarmente.

No encontro com Tsai Ing-wen, que é a primeira mulher a governar a ilha, Nancy Pelosi recebeu a Ordem das Nuvens Propícias pelo seu “apoio de longa data à participação internacional de Taiwan”.

“Hoje o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia. A determinação americana em preservar a democracia aqui em Taiwan, e em todo o mundo, permanece inabalável”, disse Pelosi.

Já Tsai afirmou que “os exercícios militares [chineses] são desnecessários”, uma vez que “Taiwan sempre esteve aberta ao diálogo construtivo”.

A agenda de Nancy Pelosi em Taiwan inclui ainda uma visita ao museu local de Direitos Humanos e um almoço com representantes políticos locais. O périplo asiático prossegue com paragens na Coreia do Sul e no Japão.

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