Pelo rio Cabrão: um trilho de levadas, cascata e “paisagens magníficas”

Arcos de Valdevez convida a conhecer as maravilhas de um trilho em destaque nos 12 Meses, 12 Caminhadas do concelho. Visita guiada a 7 de Agosto, com reserva antecipada.

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Trilho do Rio Cabrão CM Arcos de Valdevez
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Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio
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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio

É através da Porta do Mezio, uma das cinco portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que chega o convite de Arcos de Valdevez. Se Mezio é “o hall de entrada para a magnífica imensidão das montanhas e vales do Soajo e Peneda”, território Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO, já o Trilho da Cascata do Rio Cabrão é, dizem-nos, um percurso dotado “generosamente” pela natureza.

E sim, o nome do rio é chamativo – com direito a entrar nas listas das toponímias mais curiosas de Portugal. Mas, afinal, isso até pode funcionar como marketing eficiente... O certo é que passado o sorriso com o Cabrão, o melhor é focar-se no que mais importa: o percurso, embelezado pelos “caprichos” da natureza, com “levadas e cascatas nos seus vales rochosos, com recantos e paisagens magníficas e a existência de uma fauna e flora específica e valiosa”, destaca a informação prestada pela Porta do Mezio.

O convite para realizar o Trilho da Cascata do Rio Cabrão integra-se na agenda 12 Meses, 12 Caminhadas. O passeio faz-se a 7 de Agosto, a partir das 8h com encontro em Arcos de Valdevez. A caminhada começa às 9h, termina às 12h. São apenas 4,5km (fáceis), mas é tudo de encher a vista.

As inscrições são “limitadas e obrigatórias” (258 510 100/portadomezio@ardal.pt – informações sobre Porta do Mezio no site e Facebook) e cada participação custa dez euros.

CM Arcos de Valdevez
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Um rio chamado Cabrão

Sendo evidente que este Cabrão é nome que nos obriga a olhar duas vezes, o certo é que, em termos de toponímia em Portugal, cabrões há muitos. Literalmente. Seja Cabrão, Cabrões, Quinta do Cabrão, e claro, rio Cabrão. Neste último caso, sublinhe-se há até dois rios Cabrão, o que, inclusive aqui por esta Fugas de pergaminhos geográficos, originou confusões e lapsos: temos o rio Cabrão na área de Mondim de Basto; e temos o rio Cabrão em foco nesta caminhada, na área de Arcos de Valdevez. Distam-nos cerca de 135 km.

“O nosso rio Cabrão é um rio de curso curto, cerca de 12km. Nasce na freguesia vizinha de Miranda e desagua no rio Lima”, corrige-nos prontamente o presidente da Junta de Jolda (Madalena) e Rio Cabrão, Rui Amorim, que reforça que estes passeios asseguram sempre “paisagens lindas". Mesmo que, por estes dias, o rio tenha um “caudal muito baixo”, longe das visões mais invernosas e de tempo de chuvas.

“Já foi um rio muito truteiro [de trutas]”, acrescenta Amorim, mas “com o baixo caudal temos muito menos capacidade piscatória”. Ainda assim, sublinha a existência do seu “declive brutal, pouco conhecido dos portugueses”.

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Cascata, rio Cabrão Cortesia Rui Amorim

Da caminhada, onde realça que se podem também ver moinhos, reforça a experiência da cascata com o seu “espelho de água enorme”, ou os avistamentos da serra Amarela e vistas até à parte sul de Viana do Castelo.

Uma coisa é certa: o nome do rio, que continua a dar nome à freguesia, até pode ter originado debates, mas é usado “com orgulho”. Aliás, já noutros tempos se chamou São Lourenço do Rio Cabrão (até um mais antigo Sam Lourenço do Rio do Cabram)​. Entretanto, em termos de freguesia, a parte do nome que caiu foi a mais santa e ficou o Cabrão. Desde 2013, a freguesia denomina-se União das Freguesias de Jolda (Madalena) e Rio Cabrão.

“O nome ainda hoje não se sabe de onde vem. Há quem diga que deve vir de Cabrum, que seria ‘rochoso'”, comenta Rui Amorim. “Hoje em dia, as pessoas são extremamente orgulhosas de serem de Rio Cabrão”, garante: “Está fora de questão” pensar-se em mudar o nome. É até defensor do uso do nome até para apelativo marketing, porque em terras do interior esvaziadas de gente, como se sabe, até a toponímia mais exótica ajuda. “Somos poucos sobreviventes que continuam cá a viver, como por todo o interior. Temos de procurar atrair pessoas, mesmo que seja com o bom humor. A visita de todos ajuda a manter-nos, a aumentarmos”, diz.

A freguesia tem “cerca de 380/400 residentes” efectivos. “Nesta altura, passamos para perto dos mil, por causa da gente da diáspora.” Por isso mesmo, como é da praxe, Agosto é mês de festas e de acolhimento dos emigrantes: “Dia 14, temos um convívio associativo; dia 15, o nosso primeiro encontro motard complementado com convívio de bifanas e caldo verde; de 19 a 21, são as festividades de Nossa Senhora dos Emigrantes”, publicita logo o autarca, acrescentando que “há bons alojamentos locais, há café com todas as condições”.

E há uma atracção e alojamento de primeira linha: o imponente Paço da Glória, solar do século XVIII (Jolda - Madalena) com história que remonta à torre defensiva do século XIII, Monumento de Interesse Público e turismo de habitação de charme com vistas de truz.

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Trilho do Rio Cabrão Porta do Mezio

“Somos abençoados pela natureza”, diz-nos Rui Amorim, que volta ao bom humor para lançar um convite-slogan: “Se vem ao rio Cabrão, visite a cascata, beba um Cadão e coma a Maria.” Trocando por miúdos, diga-se que o Cadão refere-se ao “Porto 10 anos brutal” que lá há e a Maria é a bolacha que lhe faz boa companhia.


Correcção: por lapso, o artigo incluía informação geográfica sobre outro rio Cabrão, Mondim de Basto, e não sobre o rio Cabrão em foco na caminhada, por terras de Arcos de Valdevez. Os dados foram corrigidos e actualizados.

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