Morreu Bill Russell, o grande campeão da NBA

Como basquetebolista, o norte-americano foi um dos postes mais dominantes da história do jogo. Russell dedicou toda a carreira aos Boston Celtics e ganhou 11 títulos da NBA – ainda é o mais titulado.

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Russell com a medalha dada por Obama Reuters/Danny Moloshok

Jogador com mais títulos da NBA. Um dos melhores basquetebolistas da história, sobretudo no plano defensivo. Campeão olímpico. Comentador respeitado. Activista de direitos humanos. Bill Russell foi tudo isto e é em parte este o legado que deixa depois de ter falecido neste domingo, aos 88 anos.

A família avança que o ex-basquetebolista morreu “de forma serena” e junto à mulher. “Bill Russell, o mais prolífico vencedor da história do desporto americano, morreu de forma muito pacífica este domingo aos 88 anos, com a sua mulher, Jeannine, ao seu lado”, pode ler-se na publicação feita pela família nas redes sociais do próprio Russell.

Como basquetebolista, o norte-americano foi, nas décadas de 50 e 60, um dos postes mais dominantes da história do jogo. Russell dedicou toda a carreira aos Boston Celtics e, com a camisola 6, ganhou 11 títulos da NBA – ainda é, actualmente, o mais titulado. Também arrebatou cinco vezes o troféu de melhor jogador da temporada e somou 12 presenças no jogo all-star.

Conquistou ainda o ouro olímpico como capitão da selecção dos Estados Unidos, em Melbourne 1954, fazendo o pleno entre glória interna e externa que os americanos tanto valorizam.

Muitos apontam que Russell mudou o jogo de forma profunda. Em rigor, o próprio Russell reconhece a si próprio essa virtude. “Fui um inovador”, disse ao New York Times, em 2011. E explicou: “Comecei a desarmar lançamentos, mas nunca tinha visto alguém fazê-lo antes disso”.

Em parte, foram as valências defensivas que valeram a Russell o rótulo de inovador, dado que a forma de defender, sobretudo dos jogadores interiores, mudou com o que começou a fazer o então poste dos Celtics, cuja rivalidade com Wilt Chamberlain ficou para sempre na história da modalidade – ainda que Wilt, com apenas dois campeonatos ganhos e com várias séries perdidas contra Russell, tenha ficado longe do sucesso colectivo do rival.

Após terminar a carreira, Russell tornou-se comentador e treinador respeitado, mas parte importante do legado que deixa é como activista. Como negro de sucesso no desporto norte-americano (o primeiro a chegar ao Hall of Fame da NBA) dedicou-se à luta contra o racismo, algo que chegou a ser destacado por Barack Obama com a medalha presidencial da liberdade, em 2011.

“O Bill, talvez mais do que qualquer um, sabe o que é preciso para vencer e liderar. Isso vale dentro e fora de campo. Foi o que lhe disse ao dar-lhe a medalha de honra dos EUA. Este homem marchou ao lado de Martin Luther King e ficou ao lado de Muhammad Ali. Sofreu insultos e vandalismo, mas nunca deixou de defender o que era certo. Nunca deixou de fazer sua voz ser ouvida”.

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