Enfermeiros entregam petição a exigir reconhecimento da profissão de desgaste rápido

Sindicato defende que estatuto é “justamente reconhecido a várias profissões, mas continua a ser negado aos enfermeiros”. Quer que profissionais se possam aposentar antes da idade legalmente prevista.

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Tiago Lopes

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) entrega hoje na Assembleia da República uma petição com mais de 32 mil assinaturas a exigir o reconhecimento em lei da enfermagem como profissão de alto risco e de desgaste rápido.

Este estatuto é “justamente reconhecido a várias profissões, mas continua a ser negado aos enfermeiros”, salientou o presidente do SE, referindo que esta petição, lançada no final de Fevereiro, é a “maior de sempre promovida na área da saúde”.

De acordo com o dirigente sindical, o trabalho dos enfermeiros desenvolvido “na linha da frente do combate à pandemia” ao longo de mais de dois anos veio confirmar que esta é uma profissão de alto risco e sujeita a um desgaste rápido.

“O reconhecimento do risco e penosidade da nossa profissão foi confirmado em plena pandemia, quando o Governo então em funções decidiu criar um subsídio temporário e transitório de risco covid-19”, recordou Pedro Costa.

De acordo com o presidente do sindicato, a criação deste subsídio temporário veio demonstrar a “possibilidade de criação de medidas compensatórias” para a classe profissional, lamentando, porém, que se tenha tratado de um “gesto transitório”.

Perante isso, o SE exige, na petição que hoje será entregue no Parlamento, que seja vertido em lei o reconhecimento do estatuto da enfermagem como de desgaste rápido, permitindo aos profissionais aposentarem-se antes da idade legalmente prevista.

A petição solicita também a atribuição deste estatuto de forma definitiva e com respectivas medidas compensatórias, alegando que a profissão está sujeita a condições de pressão e de “stress” e a desgaste emocional e físico.

O texto salienta que os enfermeiros trabalham em condições adversas e por turnos, estando também sujeitos a actos de violência física e verbal nos locais de trabalho, sendo os “profissionais mais agredidos no sector da saúde” em ambiente laboral.

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