Quatro em cada dez pessoas dizem que SNS está pior agora do que antes da pandemia

Todos os inquiridos nesta pergunta da sondagem da Cesop para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 usaram o SNS nos últimos dois anos.

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Marta Temido, ministra da Saúde, tem repetido que houve um esforço de investimento no sector LUSA/MÁRIO CRUZ

Cerca de oito em cada dez inquiridos considera que os centros de saúde e os serviços hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão pior ou iguais do que estavam antes da pandemia. Os dados foram recolhidos pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e PÚBLICO, e constam da sondagem divulgada esta quarta-feira.

Enquanto 41% dos entrevistados respondem que os serviços pioraram (ou seja, quatro em cada dez), 40% dizem que não notam qualquer diferença face a 2019. Já a fatia dos inquiridos que responde que o SNS melhorou é significativamente inferior: apenas 15% dos inquiridos acredita que o SNS melhorou face às condições e respostas pré-pandémicas.

Para esta pergunta, foram apenas inquiridos os utentes que nos últimos dois anos foram atendidos num centros de saúde ou hospital público (o que corresponde a 79% da amostra total da sondagem da Cesop).

Os encerramentos de urgências hospitalares de ginecologia-obstetrícia e de urgências pediátricas têm colocado pressão sobre a ministra da Saúde, Marta Temido, que, cerca de quatro meses depois de ter sido reconduzida no cargo, vê a sua popularidade cair e soma pedidos de demissão, como revela a sondagem do Cesop, na qual a governante surge como remodelável para 22%.

A Saúde foi, aliás, um dos temas que marcou o debate bimensal com o primeiro-ministro, e deverá marcar o debate do estado da nação desta quarta-feira. Na terça-feira, em Conselho de Ministros extraordinário, o Governo aprovou regime transitório para vigorar por seis meses que prevê um pagamento suplementar aos médicos que façam urgências.

PÚBLICO -
Aumentar

Em Junho, o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde revelou que entre Março de 2016 e Março de 2022 registou-se um aumento de mais de 30 mil profissionais de saúde, embora as queixas sobre falta profissionais continuem. As conclusões apontam para diminuição da produtividade e aumento contínuo do custo médio, não só pela redução da carga semanal, como pelo aumento do absentismo. A isto soma-se a concorrência do sector privado (um balanço de Abril apontava para a saída de 2500 profissionais do SNS).

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