Poeiras e nuvens podem esconder maior super-Lua do ano em Portugal

A maior super-Lua do ano poderá ser vista esta noite, mas em Portugal dificilmente notaremos diferenças.

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Fotografia captada em Roma (Itália), na primeira super-Lua do ano no passado mês de Junho GUGLIELMO MANGIAPANE/REUTERES

Esta quarta-feira há nova super-Lua, mas em Portugal as poeiras e nuvens devem dificultar a nossa visão para este fenómeno – e sem céu limpo, o nosso olhar para esta lua brilhante fica dificultado. “Imagine que vai andar de noite no escuro. A existência de super-Lua faz com que pareça estar em final de dia, devido ao seu brilho. E hoje não devemos ter essa percepção”, explica João Vieira, director do Planetário – Casa da Ciência de Braga.

A super-Lua acontece quando o nosso satélite natural atinge o ponto mais próximo da Terra. Este fenómeno acontece quando o satélite natural da terra está simultaneamente na fase de Lua Cheia (que começa às 18h38, hora de Lisboa) e a uma distância da Terra inferior a 110% do perigeu, algo que aconteceu esta quarta-feira de manhã, pelas 10h. O perigeu é o ponto da órbita em que a Lua se encontra mais próxima da Terra. Como a órbita do satélite, tal como a dos planetas, é elíptica, o seu trajecto não é sempre igual – o que permite esta aproximação à Terra.

Esta seria a maior super-Lua do ano, ou seja, a fase em que o satélite natural estaria mais próximo da Terra.

A super-Lua parece maior e mais brilhante para quem a vê a partir da Terra, mas não é um fenómeno raro – acontece duas a quatro vezes por ano. Este Verão, a 12 de Agosto, teremos nova oportunidade para observar uma outra super-Lua.

“Infelizmente temos poeiras de África no ar e algumas nuvens e portanto não terá o mesmo impacto que teria no céu limpo”, diz João Vieira. “Esta super-Lua vai ser cerca de 17% maior, mas sendo uma área circular é um aumento relativamente reduzido. O que muda mais são os 30% de aumento do brilho, mas que tendo em conta as condições atmosféricas não vamos conseguir ter essa percepção”, acrescenta.

O director da Casa da Ciência de Braga alerta ainda que os próprios fumos oriundos dos incêndios florestais, que têm deflagrado sobretudo no centro e sul do país nos últimos dias, impedirão a observação da super-Lua.

No passado mês de Junho, as condições atmosféricas permitiram visualizar uma super-Lua brilhante. Já esta quarta-feira, quem olhar para o céu dificilmente conseguirá ver um luar mais intenso do que o habitual. A Lua nasce às 21h23 e, aí, poderemos confirmar se ainda conseguimos notar, ainda que levemente, o fenómeno de super-Lua.

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